GABRIELE SANTOS
Catequista, palhaço, o típico “boa praça”. Essa era a fachada de Dinamá Pereira de Resende, de 58 anos, mas por trás dela escondia-se um predador. Condenado a 113 anos de prisão por abusar sexualmente de várias crianças e adolescentes na década de 1980 em Várzea da Palma, o homem foi finalmente capturado no último sábado (11).
A advogada Ana Luíza França, representante de 10 das vítimas, em uma entrevista recente descreveu o sentimento como “alívio e felicidade” após a prisão do agressor. Após o mandado de prisão emitido em 12 de abril, Dinamá foi condenado por estupro de vulnerável contra pelo menos sete vítimas, sendo que alguns dos crimes já haviam prescrito. Sua pena inicial de 87 anos foi aumentada após recurso do Ministério Público e de sua defesa.
O homem foi encontrado escondido no bairro Copacabana, em Belo Horizonte, utilizando o nome falso de “João” para dificultar sua identificação. Segundo relatos policiais, Dinamá estava rezando o terço quando foi detido pela Patrulha Unificada Metropolitana de Apoio (Puma).
O caso veio à tona em dezembro de 2020, quando 14 mulheres denunciaram à Polícia Civil que foram vítimas de estupro na infância em Várzea da Palma, todas acusando Dinamá Resende. As investigações revelaram que ele atraía crianças carentes e vulneráveis através de atividades culturais e religiosas, manipulando-as para fins abusivos.
Uma das denunciantes, Ana Paula, descreveu o abuso que sofreu quando tinha entre oito e nove anos. Ela foi a primeira a denunciar publicamente o agressor em 2019, após ver uma foto dele rodeado por crianças em uma rede social. Ana Paula revelou que o homem usava o sonho de ser modelo para atrair as vítimas, criando até mesmo um concurso chamado ‘Dinamitas’.
Além dos relatos de toques indevidos, várias vítimas também afirmaram ter sofrido conjunção carnal com o agressor. A enteada de Dinamá também está entre as vítimas identificadas. Agora, o agressor aguarda seu retorno ao sistema prisional após ter sido encaminhado à Central de Flagrantes da Polícia Civil.
