Lágrimas Verde-Amarelas... - Rede Gazeta de Comunicação

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Lágrimas Verde-Amarelas…

JOSÉ APARECIDO F. ARAÚJO

Graduado em letras e pós-graduado em Leitura e Produção textual pela Unimontes

Se deu que, em Março de 2020, surgiu um inimigo invisível (O coronavírus), que, inusitadamente, se alastrou pelo mundo inteiro. Autoridades da saúde, como o Sr. Tedros Adhanom, da Organização Mundial de Saúde (OMS), revelaram a ameaça de um mal que assolava, coletivamente, todas as nações (sim, tratava-se de uma Pandemia, senhoras e senhores). Houve, também, descaso com tal fato, e quem poderia nos defender, diante de um vírus contagioso e letal, foi logo dizendo que se tratava de uma doença insignificante; uma gripezinha.                             

Dias e meses se passaram e, de forma gradativa, o vírus assombrou os quatro cantos do mundo. Vimos números de óbitos crescerem velozmente. Faltaram até espaços para sepultamento nos Campos Santos convencionais; valas e mais valas comuns foram escavadas para sepultar de forma isolada milhares de vítimas em todo o mundo. Nenhum país, nem mesmo os poderosos e desenvolvidos, ficaram ilesos. Reinava a esperança de que passaria rápido tal agonia. Vieram 3º, 4º e 5º meses, mas nenhuma luz no fim do túnel.                                                     

Foi quando o mundo acordou e se iniciaram medidas drásticas de enfrentamento na busca de eliminar a Covid-19, causadora de tanto mal. Poderosos se curvaram diante do “Fato Social”, aquilo que é exterior ao indivíduo, pregado por Emille Durkheim, um dos pioneiros da Sociologia. Logo se difundiram termos e conceitos como quarentena, distanciamento social, isolamento, companhia assídua do álcool (em GEL, de preferência) e outros meios de higienização, prevenção, uso de máscaras, Lockdowns, toques de recolher etc.

Os reflexos na economia foram inevitáveis. A edição de vários decretos obrigaram o fechamento dos comércios, de espaços recreativos, escolas, redução de horários do transporte público etc. Veio o auxilio emergencial (com aplicação de bilhões de reais) para amenizar os danos causados, mas desacompanhado de uma campanha, idealmente tão ou mais eloquente quanto, em prol de vacinação ou desenvolvimento de medicações eficazes.

Enfim, pesquisadores e especialistas mundiais atuaram com todas as armas, em busca de medicamentos que amenizassem o sofrimento causado pela doença, enquanto não aparecesse vacina, de antemão, alertando-nos que levaria muito tempo para aprovação, pela Anvisa.

Nascia, ali, uma leve esperança para o décimo mês: a promessa de imunização. Alguns países dirigidos por gestores mais ativos e precavidos cumpriram tal promessa, principalmente no que tange aos grupos de risco.

Já os brasileiros, submetidos ao negacionismo em parte vigente em nossa Pátria Amada, se viram menos esperançosos, vendo findar milhares de vidas de parentes, de amigos, de agentes de saúde, da segurança etc. Chegamos ao 12º mês da pandemia aterrorizados. Nada de abraços, encontros apenas virtuais, presença de comentários estranhos e lastimáveis a todo momento na mídia. Tais fatos prevaleceram como foco de tristeza, além de males causados pelo isolamento e temores vultosos, sobre as fagulhas de esperança presentes em outros habitats geográficos.                                                       

Diante do exposto, agora, no 15º mês, chegamos à triste marca de mais do que ½ milhão de óbitos, no Brasil, e, em nossa cidade, aproximamos dos mil óbitos. No Brasil, milhares de famílias enlutadas. O terror assolou a sociedade. Nesse cenário horrível, não foram esclarecidos, ainda, os verdadeiros culpados. Os holofotes apontam a CPI da COVID como caminho para tal. Grande é a expectativa de vermos punidos aqueles que, de forma transgressiva, não evitaram, pelo menos, parte destas mortes pelo país afora.

O que vimos e o que vemos a todo instante são lágrimas rolando nos rostos de quem atua no combate, lidando com o sofrimento diuturnamente, e principalmente de quem perdeu parentes próximos e amigos. Nesses 15 meses decorridos, o que poderia ter sido alegria e encanto para as pessoas, em atividades normais e em busca de sonhos, tornou-se um grande rio; um Rio de Lágrimas VERDE-AMARELAS escorridas das faces de cada brasileiro(a). Não é exagero dizer que não há uma única pessoa que não sofreu  pelo menos um pedacinho desta tristeza…