Juventude rural e a presença da mulher no campo mais valorizados - Rede Gazeta de Comunicação
Juventude rural e a presença da mulher no campo mais valorizados

Dois encontros mediados pela gerente da Mulher, do Jovem e da Inovação do Sistema Faemg Senar, Silvana Novais, reforçaram a importância da presença do jovem e de mais mulheres nas atividades rurais, durante o encerramento da programação técnica da 15ª Feira do Agronegócio e da Agricultura Familiar do Vale do São Francisco (Fevasf), em São Francisco, no Norte de Minas.

Apontando dados estatísticos estaduais, que mostram a pouco renovação no campo e baixo grau de escolaridade, Silvana destacou a necessidade de o jovem se apropriar mais do seu espaço dentro da sucessão familiar no campo, se valendo também das novas tecnologias para maior evolução do negócio rural.

“É preciso mostrar força, se posicionar. O meio rural está se envelhecendo. Quem vai alimentar as futuras gerações? A juventude precisa assumir sua importância e usar as novas tecnologias neste processo. Ninguém vai sobreviver fazendo só o que fazia. Essa renovação do agro junto com maior capacitação é o que vai fazer evoluir a produção rural”, avalia Silvana Novais. 

Este tem sido exatamente o caminho traçado pelo jovem Davi de Moura Ferreira, de 16 anos. Desde os cinco anos, Davi já acompanha a família nos plantios e trato dos animais na propriedade, que atua com produção de leite. Hoje ele faz o ensino médio junto ao curso técnico em agropecuária no Instituto Federal. Os novos conhecimentos já estão sendo aplicados para aprimorar a atividade rural da família. “Eu entrei no curso com essa mentalidade, de aprender e aplicar na propriedade. Neste ano já corrigimos, por exemplo, a irrigação da horta, que era por aspersão e passou por gotejamento, para economizar mais água que aqui na região é mais difícil. São conhecimentos novos que já surtem efeito”, explica o adolescente, que também auxilia nos fins de semana o avô, de 90 anos, na atividade de plantio de feijão.

Cerca de 40 adolescentes, filhos de produtores rurais, acompanharam a palestra “Um olhar para a nova sucessão familiar no campo”. Após este primeiro despertar para a nova realidade do agro, a proposta do Sindicato Rural de São Francisco é efetivar um núcleo jovem para atuar ativamente nas ações e comissões do Sistema Faemg Senar, inclusive, em programas de treinamento de líderes do agro.

Mulheres no agro

Outro núcleo que também será efetivado muito em breve, para aproximar as ações do Sindicato Rural aos projetos do Sistema Faemg, será o de mulheres no agro. A proposta é aumentar cada vez mais o número de produtoras rurais em posições de liderança e atuação na rotina das fazendas. Segundo Silvana Novais, em 2017 eram cerca de 87 mil mulheres em postos de gestão das fazendas em Minas Gerais. Número que cresceu em relação a outros anos, mas que chega a ser quase seis vezes menor em relação aos homens.

Ivanete Aparecida nasceu no meio rural e, ao longo da vida, sempre participou das atividades na fazenda. Após se casar, seguiu atuante, agora na atividade dedicada à bovinocultura de leite. Entre alguns cursos de capacitação do Senar Minas e também as atividades em casa, ela entende a importância de atuar no campo de forma ativa.

“Desde que eu nasci eu trabalho na pecuária. Eu entendo que cada vez mais as mulheres precisam ser participativas nas atividades rurais e no negócio da família. Eu sou assim, eu costumo olhar e fazer. Se o marido faz, eu também posso, sei que sou capaz. E hoje estamos, cada vez mais, aliando novos conhecimentos com os cursos dentro da rotina de trabalho, o que tem ajudado a aumentar a produtividade. O trabalho no agro me orgulha”, finaliza a produtora.

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