IPHAN analisa riqueza arqueológica de 8 mil ano no São Francisco - Rede Gazeta de Comunicação

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IPHAN analisa riqueza arqueológica de 8 mil ano no São Francisco

GIRLENO ALENCAR

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) estás estudando pinturas rupestres e vestígios de cerâmica achados recentemente na região às margens do rio São Francisco, que revelam uma riqueza arqueológica ainda pouco conhecida dos povos que habitam esse entorno há pelo menos 8.000 anos. As primeiras descobertas na área ocorreram durante a construção da hidrelétrica de Xingó, no final dos anos 1980, mas se estendem até hoje. Mesmo recentes, elas mostram como o rio serviu de núcleo irradiador desses povos e ajudam a entender o mapa da migração e ocupação na região.

“Ao todo, já são mais de 500 sítios registrados apenas na chamada tríplice divisa dos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe. Há outros também em Pernambuco e Minas Gerais. É uma região muito importante para entender a ocupação de todo o território brasileiro”, diz a arqueóloga do Iphan Rute Barbosa.

Mesmo nessa fase inicial de estudos, os achados têm causado surpresas positivas aos pesquisadores, que apontam a área como uma das principais do país em número de vestígios encontrados do homem. Desde 2017 teve início um projeto colaborativo de pesquisa mais aprofundada em Alagoas, que revelou uma área arqueológica muito rica. As escavações no chamado terraço fluvial do rio mostraram, por exemplo, que esses grupos usavam cerâmica. “Ou seja, eles não eram só coletores-caçadores. Eles dominavam o meio ambiente e tinham conhecimento da área para manejo e uso da terra”, conta Rute Barbosa.

Entre os artefatos, ela diz que já foram achados esqueletos datados de 8.000 anos atrás. “No caso das pinturas, a gente não consegue determinar tempo, mas pode ser muito superior [a 8.000 anos]. Era uma região habitada por diversos grupos étnicos”, afirma.

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