Investimentos em energia solar continuarão em aceleração no País - Rede Gazeta de Comunicação
Investimentos em energia solar continuarão em aceleração no País

TARCÍSIO NEVES

CEO da Evolua Energia

As instalações para geração de energia solar fotovoltaica registraram um avanço significativo nos últimos anos com o aumento de incentivos e o número de empresas apostando no setor. Por conta disso, o país no ano passado conseguiu entrar no grupo das 15 nações com maior capacidade instalada de energia solar no mundo, sendo o único da América Latina no ranking mundial. Hoje, são mais de 13 GW instalados, o que equivale a mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo e líder em geração de energia na América Latina.

Atualmente a energia solar é uma das indústrias mais promissoras no Brasil. Em 2020, o setor obteve um crescimento de 70%, enquanto no ano passado o salto foi de 64%, segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Ainda de acordo com a entidade, no acumulado desde 2012 essa fonte de energia já trouxe ao Brasil mais de R$ 66,3 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 390 mil empregos. Com isso, evitou a emissão de 17,5 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Neste ano, as expectativas são de que os investimentos na área expandam ainda mais. Isso é muito benéfico porque pode garantir uma segurança energética maior ao país nos próximos anos. Projeções da Absolar apontam que, somente em 2022, a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 357 mil novos empregos no Brasil, uma vez que os novos investimentos privados no setor poderão ultrapassar a cifra de R$ 50,8 bilhões, somando os segmentos de geração distribuída e geração centralizada. Já no âmbito mundial, a tendência é de que a fotovoltaica se torne a principal fonte de energia em até 20 anos, segundo estudos e análises da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável).

Voltando ao cenário nacional, por conta da continuidade da crise hídrica ao longo do 1º semestre do ano, o setor de energia continuará pressionado em razão dos custos adicionais em relação a utilização de fontes de energia mais caras, principalmente em usinas térmicas. Além disso, há a expectativa de aumento da tarifa de energia por conta da aceleração da inflação nos últimos meses. Outra questão que irá impactar o segmento é o início do pagamento da conta Covid-19, que as distribuidoras de energia fizeram ao longo do ano de 2020, no período mais intenso da pandemia.

Todos estes pontos devem contribuir para o maior investimento das empresas em fontes fotovoltaicas, que foram ainda mais impulsionadas com a aprovação do novo marco legal pela PL 5.829/19 e pelos compromissos firmados pelos países, governos e empresas na busca pela redução de carbono, tracionada principalmente pelo NetZero 2050.

Na linha de inovação é esperado também que a energia por assinatura se intensifique ao longo de 2022, principalmente em Minas Gerais, estado líder da fonte fotovoltaica no país, com 17,5% da potência instalada. No geral, as condições do Brasil para geração de energia solar são extremamente favoráveis. Estima-se que até as piores áreas do país são muito superiores às melhores áreas em países europeus.

Certamente esse ano será muito importante para a energia solar no Brasil, levando em conta todo o cenário elétrico atual, a legislação favorável e a atenção cada vez maior da população e das empresas em pautas de ESG. Hoje é notório que a intensificação do uso de energias renováveis não é apenas uma ação de conscientização socioambiental, mas também uma forma de gerar novas oportunidades de emprego e negócios.

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