INCÊNDIOS | Aviões agrícolas lançaram 15,8 milhões de litros de água contra chamas em 60 dias - Rede Gazeta de Comunicação

PUBLICIDADE

INCÊNDIOS | Aviões agrícolas lançaram 15,8 milhões de litros de água contra chamas em 60 dias

Dados preliminares foram levantados em agosto pelo Sindag, junto aos operadores que combatiam o fogo no Centro-Oeste e Sudeste e será atualizado no final deste mês

Em apenas 60 dias, a aviação agrícola brasileira lançou pelo menos 15,8 milhões de litros de água contra focos de incêndios no Pantanal (MT e MS),  São Paulo e Goiás. Em operações que envolveram 28 aeronaves atuando para órgãos oficiais e produtores rurais. Os números são parciais, já que o levantamento deve ser concluído no final da temporada de incêndios, que deve se encerrar até o final de outubro.

Desse total, 14,38 milhões de litros de água foram lançados contra incêndios no Pantanal (no MT e MS), por 17 aeronaves – contratadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelos governos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Neste caso, no apoio aos mais de 200 brigadistas e bombeiros que fazem o combate em solo.

Os dados são preliminares e fazem parte de um levantamento que o Sindag está fazendo entre empresas aeroagrícolas que atuam contra chamas nesta temporada. Além de ainda faltar dados de algumas empresas que prestam esse tipo de serviço, vale lembrar que a temporada de incêndios no País ainda segue pelo menos até o final de setembro.

A última vez que o Sindag fez esse levantamento foi sobre as operações de 2021. Naquele ano, empresas de aviação agrícola em todo o País haviam somado 10,9 mil lançamentos de água, somando 19,5 milhões de litros em 4 mil horas totalizadas em voos contra incêndios.

Ação coordenada

Nas operações aéreas contra chamas, cerca de 90% do trabalho é feito em parceria com brigadistas em solo. Com o líder da equipe em terra solicitando apoio aéreo e coordenando com o piloto como é feito o lançamento. Em grandes incêndios, a função do avião normalmente é reduzir o fogo para que os brigadistas possam chegar aos focos em segurança. Isso porque é pessoal em terra que elimina totalmente as chamas e ainda faz o “trabalho cirúrgico” contra braseiros – que, se não extintos, podem reacender a linha de incêndio.

Aviões agrícolas operam sozinhos quando os focos estão em áreas de difícil acesso, como encostas ou terrenos acidentados. Quando há urgência de fazer um corredor de fuga para a fauna cercada pelas chamas ou quando não há equipe perto e é preciso segurar ou tentar eliminar a linha de fogo com mais lançamentos de água. Neste caso, por exemplo, em fazendas com fogo perto das casas ou instalações – como em 2021, quando um piloto agrícola salvou uma família das chamas que estavam prestes a chegar à residência onde estavam as pessoas.

Prerrogativa

Esse modelo de operação com aviões e brigadistas é adotado internacionalmente. Há mais de três décadas é empregado em reservas naturais brasileiras e, mais tarde, passou a ser usado também em lavouras (junto com brigadistas de fazendas e usinas). Lembrando que a aviação agrícola opera em reservas federais em parceria com equipes do ICMBio desde a criação do órgão, em 2007.

Antes disso, já operava desde os anos 1990 com as equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e (nos Estados) com bombeiros. Para completar, desde os anos 1960 o combate a incêndios em campos e florestas está entre as prerrogativas do setor aeroagrícola. Em 2022 o País ganhou uma Lei Federal incluindo os aviões agrícolas nas políticas de governo para o combate aos incêndios florestais.