O diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), Nilson Borges, informou na manhã de ontem, que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) deve publicar no diário oficial da União, até sexta-feira (21), o termo de compromisso para o Idene assumir efetivamente às responsabilidades que anteriormente eram da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Com isso, o tão sonhado Projeto Hidroagrícola Jequitaí, poderá retornar no início do segundo semestre do corrente ano com a injeção de novos recursos e mudança de comando na parte que cabe ao governo mineiro. Foi através de articulação do senador Carlos Viana (PSD-MG) que o governo de Minas transferiu a responsabilidade da construção do projeto hidroagrícola de Jequitaí para o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene).
O senador foi o autor da proposta de emenda de bancada que conseguiu os recursos necessários para o reinício das obras do Projeto Jequitaí. A sua proposta foi acatada, por unanimidade, pelos deputados e senadores e está assegurada, mesmo com alguns cortes, no orçamento da União de 2021. Viana, desde o início do mandato, vem trabalhado na busca de recursos para as obras da Barragem de Jequitaí, que contribuirá para o desenvolvimento do norte de Minas. “Há dois anos estamos lutando incessantemente para que a Barragem de Jequitaí se torne realidade. Fico muito feliz, porque no ano passado conseguimos R$ 58 milhões em emendas. Quero agradecer a todos os parlamentares mineiros que aprovaram, por unanimidade, mais recursos neste ano para o reinício da obra. Isso representa mais riqueza e desenvolvimento para o norte de Minas Gerais“.
Nilson Borges aproveitou para agradecer a confiança do Estado em repassar à autarquia as responsabilidades no que se refere à gestão ambiental, social e fundiária do projeto. A obra da barragem aguardada há mais de 40 anos vai irrigar 35 mil hectares, gerar energia, beneficiar 16 municípios com abastecimento, piscicultura, turismo e lazer. Nilson Borges ressaltou que o Idene tem hoje capacidade operacional para que ao lado da Codevasf a obra possa ser concluída. “Queremos trabalhar e entregar as barragens Jequitaí I e II e começar uma transformação da região, com a solução do problema hídrico”, assegurou o diretor-geral do Idene.
Carlos Viana explica que ao assumir a gestão do projeto Jequitaí no lugar da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Idene, pela condição administrativa de autarquia, pode acelerar ações, inclusive para licitação e contratação de serviços. (GIOVANNI RIBEIRO – Colaborador)
Estrutura das barragens do projeto hidroagrícola Jequitaí
O município está localizado a 400 km de Belo Horizonte e o rio Jequitaí é afluente do rio São Francisco e o projeto vai beneficiar 16 municípios, entre eles Montes Claros, cuja população ultrapassa os 400 mil habitantes. Ao todo serão beneficiadas 630 mil pessoas na plenitude do empreendimento.
O projeto prevê a construção de duas barragens de concreto, sendo a primeira formada por um lago de 9 mil hectares e se estenderá pelos municípios de Jequitaí, Francisco Dumont e Claro dos Poções. A barragem de número 2 será construída a 5 km da jusante da barragem número 1 e formará um lago de 100 hectares, alimentando dois canais para irrigar 35 mil hectares. Em torno dos lagos será implantada uma área de preservação permanente de 2,1 mil hectares. A barragem 1 terá 41 metros de altura e 270 metros de comprimento. Ela será destinada a múltiplos usos como abastecimento de municípios vizinhos, controle de cheias, geração de energia, piscicultura, turismo e lazer. A barragem 2 terá 38 metros de altura e 176 metros de comprimento e sua principal função será abastecer os canais de irrigação e gerar 12,4 MW de energia. Após a construção dessa barragem haverá regularização da vazão do rio Jequitaí em 34 metros cúbicos por segundo contribuindo com a vazão do Rio São Francisco. (GR)
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