O governador Romeu Zema solicitou o desarquivamento do Projeto de Lei (PL) 1.202/19, que autoriza a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A mensagem governamental com esse pedido foi recebida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) durante a Reunião Ordinária de Plenário realizada nessa terça-feira (13).
O RRF foi concebido em 2017 como uma tentativa de ajuda do Governo Federal para os Estados que precisam reequilibrar suas finanças. Com a adesão ao regime, o Estado ganha melhores condições para pagar sua dívida com a União. Como contrapartida, ficam vedadas a concessão de benefícios fiscais e de reajustes salariais para servidores estaduais.
Na mensagem recebida pela ALMG nesta terça-feira (13), o governador Romeu Zema também encaminha o substitutivo nº 3 ao PL 1.202/19. Segundo o chefe do Poder Executivo, o novo texto se justifica devido às sucessivas alterações por que passou o RRF desde 2021.
De acordo com essa nova redação, o RRF terá vigência de nove exercícios financeiros e se inicia com a homologação do Plano de Recuperação Fiscal pelo presidente da República. Esse documento deve conter metas, compromissos e o detalhamento das medidas de ajuste a serem implementadas pelo Estado, juntamente com um diagnóstico em que se reconhece a situação de desequilíbrio financeiro.
O Plano de Recuperação Fiscal deverá ser elaborado pelo Poder Executivo, em ação coordenada com todos os Poderes e órgãos públicos, além de Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado.
Ainda conforme o substitutivo nº 3, o Estado fica autorizado a realizar leilões de pagamento, de modo a negociar descontos para a quitação de precatórios, dívidas com fornecedores e outras obrigações inscritas em restos a pagar. Além disso, o novo texto autoriza a redução de pelo menos 20% dos benefícios fiscais que levam à renúncia de receita do Estado.
Caso a adesão ao RRF seja aprovada pela ALMG, será implementado um teto de gastos estaduais. Isso significa que o crescimento anual das despesas primárias do Estado ficará limitado à variação da inflação medida pelo IPCA, como dispõe o substitutivo nº 3. O objetivo é conter o crescimento das despesas estaduais, de modo que elas sejam reconduzidas aos limites estabelecidos pelo RRF.
No ano passado, o PL 1.202/19 tramitou em regime de urgência e chegou a travar a pauta do Plenário, uma vez que não havia acordo para sua aprovação. Os deputados questionavam as contrapartidas exigidas pelo Governo Federal, que poderiam levar à privatização de empresas estatais, como Cemig, Copasa e Codemig.
O PL 1.202/19 foi arquivado no final da legislatura passada. Com o desarquivamento solicitado pelo governador Romeu Zema, o projeto retoma sua tramitação normal. Ele precisa ser analisado pelas Comissões de Constituição e Justiça, de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária. (Portal ALMG)
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