Para alcançar a meta de reduzir a emissão líquida de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2050, conforme acordado com o Reino Unido em 2021, o Governo de Minas deu início ao desenvolvimento do Plano Estadual de Ação Climática. Nesta sexta-feira (25/3), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) lançou, em evento on-line, o projeto para o plano.
A elaboração prioriza o processo participativo, a partir do envolvimento de diferentes segmentos da sociedade. A previsão é que o plano estadual esteja pronto ainda em novembro deste ano. Com isso, o Governo do Estado dará mais um passo em direção à meta de descarbonização.
Plano
O documento permitirá que Minas alcance o cenário de neutralidade de carbono nos próximos anos, além de reduzir os riscos dos efeitos das mudanças climáticas para as pessoas, sistemas naturais e infraestrutura, tornando o estado mais seguro para viver e empreender. Ele apresentará as diretrizes, metas, ações e indicadores para redução das emissões de gases de efeito estufa e adaptação aos efeitos adversos da mudança do clima em Minas.
O plano será desenvolvido em parceria com a CDP – organização internacional que mede o impacto ambiental de empresas e governos em todo o mundo com o intuito de construir e acelerar ações ambientais colaborativas–; a rede global de governos locais e regionais ICLEI e as instituições Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Pioneirismo mineiro
No evento, o presidente da Feam, Renato Brandão, reconheceu que os desafios são grandes e, por isso, a participação coletiva no desenvolvimento do plano é fundamental para a sua efetividade.
“Este trabalho está sendo feito a várias mãos em Minas Gerais, tornando o projeto participativo para diversos setores da sociedade. Desde o início, quando o Governo de Minas assumiu esse compromisso, contamos com parceria da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), importantíssimas para termos uma modelagem mais próxima da realidade do estado e podermos trazer soluções práticas e efetivas para a neutralidade das emissões de Gases de Efeito Estufa até 2050”, afirmou.
Além do presidente da Feam, participaram da abertura do evento o cônsul do Reino Unido em Minas Gerais, Lucas Brown; o secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, e a diretora do CDP, Rebeca Lima.
“A delegação mineira foi destaque da COP26, em 2021, entre os governos subnacionais da América Latina. São muitas etapas pela frente, e a contínua colaboração do Governo de Minas em motivar a indústria, a academia e a sociedade civil nessa missão torna Minas Gerais não só atraente para novos investimentos, mas também para as novas tecnologias”, comentou Lucas Brown.
O fato de Minas Gerais ter se tornado o primeiro Estado da América Latina e do Caribe a aderir à campanha global Race to Zero foi enfatizado tanto por Brown, como também pelo secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo.
“Para o ICLEI, é muito significativo fazer parte desta aliança com o CDP e o Governo Britânico para a atualização do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa e desenvolvimento do Plano de Ação Climática. Minas Gerais, que teve o maior número de municípios em estado de calamidade pública, em 2022, devido a eventos extremos, está comprometido em qualificar e acelerar a agenda climática e para nós é uma honra participar deste processo”, disse.
Benefícios ambientais, sociais e econômicos
O evento contou com as apresentações dos setores envolvidos no desenvolvimento do projeto, como forma de explicar à sociedade o que tem sido considerado para a elaboração do documento. O coordenador do Núcleo de Sustentabilidade, Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Alessandro Campos, fez a palestra “Lançamento do Projeto: instrumentos políticos e compromissos climáticos no âmbito estadual”.
Alessandro relembrou o histórico de Minas Gerais na implantação de políticas públicas para as mudanças climáticas e destacou que as respostas e soluções trazidas com o plano criam oportunidades e benefícios ambientais e econômicos. “O processo vai além de descarbonizar, traz mais qualidade ambiental, investimentos para Minas, emprego e renda”, pontuou.
Além de Alessandro, palestrantes da ICLEI enriqueceram o debate com palestras contextualizando as mudanças climáticas e também explicando o cronograma do projeto. (Agência Minas)
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