Gregório José
Jornalista/Radialista/Filósofo
Ah, a internet, esse vasto oceano de conveniências. Navegar por suas águas é como flutuar num sonho de consumo: de um lado, promoções tentadoras, do outro, fretes grátis que nos fazem acreditar que vivemos num mundo de magia e generosidade. Mas cuidado, amigo consumidor, a cada clique pode se esconder um tubarão, prontinho para devorar seu cartão de crédito. Ou pior: nem o produto e nem o cartão sobrevivem, e você ainda sai dessa aventura sem nem ter colocado o dedo no mouse.
Três em cada dez consumidores – é, você leu certo, três! – já caíram ou quase caíram no conto do “site fantasma” ou do “clone mal-intencionado”. E ainda somos convencidos, por algum golpista com papo tão doce quanto vendedor de sonho, a pagar fora da plataforma. Olha, tem gente que, ao invés de encomendar sapato, acaba mesmo é calçando os próprios pés de trouxa.
A pesquisa da CNDL e do SPC Brasil mostra que 35% dos brasileiros preferiram fechar a carteira e esquecer que a internet existia nos últimos três meses. E quer saber? Até dá para entender. É como se convidassem você para uma festa incrível, cheia de presentes, mas na porta, ao invés de segurança, tivesse um bando de malandros com cara de “pague no Pix que a gente te manda por DM”. O problema é que o presente nunca chega, e você fica na porta, com cara de bobo.
Mas não podemos esquecer que, mesmo nesse ambiente de desconfiança, o brasileiro não desiste. Mais de 119 milhões de pessoas fizeram ao menos uma comprinha online no último ano. Isso é um verdadeiro ato de fé! Fé de que o chinelo vai chegar, de que o carregador de celular não é um pedaço de plástico oco e, claro, de que o prazo de entrega não seja tão longo que você esqueça o que comprou.
Agora, convenhamos, essa paixão pelas plataformas estrangeiras é digna de nota. Shopee, Mercado Livre, Aliexpress, Amazon, Magalu… Parece que o amor pelo exterior é quase uma rendição nacional. Mas cuidado: quem só olha para fora corre o risco de ficar por dentro das fraudes. No fim, é a velha história: o barato pode sair caro. Ou, como diria um filósofo de shopping: “parcelou em seis vezes sem juros, mas o golpe foi à vista”.
E, vejam só, o brasileiro está dividido. Uma parte, 43%, aumentou as compras online no último ano. Será um ato de coragem ou apenas a tentação irresistível de um descontinho a mais? Porque cá entre nós, mesmo com os riscos, o preço baixo sempre seduz. “Frete grátis”, “promoção imperdível” — essas palavras são a canção de ninar de um consumidor. Mas acordar do sonho com o aviso de fraude no celular… bem, isso é outro papo.
O curioso é que, apesar de tudo, nove em cada dez consumidores estão satisfeitos ou muito satisfeitos com suas compras pela web. Mas não se iludam: o paraíso virtual também tem suas desvantagens. Não poder tocar o produto, pagar um frete que parece vir de outro planeta, e a eterna dúvida se aquilo que você viu na foto vai ser o que chegará à sua porta. Já dizia minha avó: “quando a esmola é muita, o santo desconfia”. E o consumidor esperto também.
Agora, uma última reflexão: 46% das pessoas admitiram que desistiram de compras online recentemente. Talvez seja aquele susto ao ver o valor do frete que tira o sono. Ou, quem sabe, aquele pequeno alarme que apita no fundo da mente, dizendo: “Será que estou prestes a cair em mais uma cilada?”
Ah, meus amigos, comprar online é como um romance de verão: rápido, quente e cheio de promessas. Mas, quando a conta chega – ou pior, quando não chega nada – a desilusão vem. Fiquemos atentos. Porque, nesse jogo de amor e fraude, o consumidor que não se cuida pode acabar com o coração (e o bolso) partido.
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