Ginecologista fala sobre a prevenção da endometriose - Rede Gazeta de Comunicação

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Ginecologista fala sobre a prevenção da endometriose

JOYCE ALMEIDA

A endometriose é uma doença grave que atinge inúmeras mulheres e precisa ser sempre investigada e tratada. Basicamente, se trata da presença do tecido endometrial fora do útero e que se forma ao longo dos ciclos menstruais, quando este tecido cresce e descama no exterior do útero (processo que normalmente ocorre dentro do órgão uterino), levando a inflamação e fibrose, dentre outras complicações.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença atinge uma em cada dez mulheres no Brasil, e conforme a Organização Mundial da Saúde, 180 milhões de mulheres enfrentam o problema no mundo, sendo sete milhões de brasileiras.

A ginecologista Maria Clara Amaral explica mais sobre o assunto. “Endometriose é uma doença benigna que afeta muitas mulheres, principalmente hoje em dia. É uma das principais causas de infertilidade na mulher, além de causar muito desconforto. Basicamente, a endometriose é a implantação de células do endométrio que pode se instalar em trompas, ovários, dentro da cavidade abdominal, bexiga, reto. O endométrio é um tecido que fica dentro do útero e ele descama no período menstrual, e a mulher que tem endometriose ela tem esse tecido só que implantado fora do útero, em outros lugares”, informa.

Segundo a especialista, a mulher já pode desconfiar das doenças ao sentir os principais sintomas. “No geral, as pacientes sentem cólicas menstruais muito fortes que atrapalham muito na qualidade de vida. Ainda sentem desconforto durante a relação sexual, com dor pélvica crônica e dependendo da implantação dessa endometriose, ela ainda pode sentir dor para fazer suas necessidades fisiológicas”, explica e alerta: “a mulher deve procurar um especialista ao notar que essas cólicas estão ficando cada vez mais fortes, além da dor e desconforto durante a relação sexual e ao fazer as necessidades”.

Atualmente existem diversas formas de tratar a endometriose, mas adotar um estilo de vida saudável é o melhor tratamento. “Temos várias formas de tratamento, mas não podemos deixar de falar do mais importante que é a atividade física e dieta. Essa doença causa uma inflamação crônica no nosso organismo, então essas pacientes portadoras de endometriose precisam ter uma dieta anti-inflamatória, evitando a ingestão de açúcar, carboidratos, gorduras, mantendo uma alimentação bem saudável além de praticar atividade física regularmente. A gordura aumenta o processo inflamatório do corpo, então todas essas ações auxiliam no tratamento dessa doença. O tratamento também pode ser feito com o uso de medicamentos ou cirurgias. Mas avaliamos caso a caso, para poder determinar e traçar o melhor plano de tratamento para essa paciente”, afirma.

O acompanhamento de uma assistência com a ginecologista é necessário durante toda a vida da mulher, pois o tratamento ginecológico é indispensável. “Costumo falar com as minhas pacientes que a visita a uma ginecologista é igual ao seu aniversário todo ano, anualmente devem que fazer os exames, porque a doença pode não estar nesse presente nesse ano e no próximo ela vir a se manifestar. Então as coisas mudam muito de um ano para o outro e não podemos pular essas consultas de rotina, pois são com elas que vamos descobrir o transtorno e tratar para trazer a melhora da qualidade de vida para essas pacientes”.

A ginecologista explica que os sintomas de endometriose se assemelharam a várias outras doenças ginecológicas e que a mulher precisa ter a atenção para o menor sinal de problema em sua saúde e procurar ajuda médica. “Às vezes elas vêm com os mesmos sintomas basicamente, mas é sempre investigado quando a paciente tem um caso de infertilidade que não conseguimos descobrir e ela não tem nenhum sintoma. Há mulheres que não apresentam sintoma que nos faz suspeitar, mas qualquer sintoma que seja um pouco mais importante, não deixamos de investigar”, conclui. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)