Simone Biles elogiou Rebeca Andrade na última parte do documentário ‘O Retorno de Simone Biles’, lançada pela Netflix nesta sexta-feira (25/10)
A Netflix lançou, nesta sexta-feira (25/10), a segunda e última parte do documentário ‘O retorno de Simone Biles’, que aborda a volta da ginasta aos tablados após os ocorridos em 2021, quando ela desistiu da disputa por equipes, de competir a final do individual geral, do solo e da trave na Olimpíada de Tóquio 2020 para priorizar a saúde mental. Especificamente no último episódio, a ginasta manifestou admiração pela brasileira Rebeca Andrade. O quarto episódio da série foca na participação de Simone Biles na final por equipes e na decisão do individual geral nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A estadunidense deixou a última edição da Olimpíada com quatro medalhas – ouro por equipes, no individual geral e no salto e prata no solo.
A equipe brasileira, formada por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Júlia Soares, foi mencionada como favorita ao pódio da final por equipes. E realmente o conquistou. Com 164.497 pontos, o time terminou a disputa em terceiro lugar.
Admiração de Biles por Rebeca
Antes do individual geral, a ginasta, a equipe e os jornalistas que participaram do documentário demonstraram preocupação com Rebeca Andrade. A ‘disputa’ entre as duas se torna o ponto central do episódio por alguns minutos. “Rebeca Andrade, do Brasil, é outra para ficar de olho. Ela é a única que pode desafiar Simone Biles aqui”, “A Rebeca Andrade é a ginasta que surgiu como uma verdadeira concorrente para Simone Biles” e “A ginástica da Andrade, como a de Simone, é tão bonita e perfeita que ela pode desafiá-la, pois apresenta dificuldade e execução” são frases que demonstram a ansiedade com a competição. Biles também se manifestou: “Há uma parte de mim que fica ‘uh, Andrade está me dando trabalho’. Isso me estressa. Tudo se resumirá ao salto que decidirmos fazer“.
A disputa no individual geral
O individual geral premia a ginasta mais completa do mundo. Todas as participantes se apresentam em todos os aparelhos – solo, salto, barras assimétricas e trave. As notas das execuções são somadas para definir a classificação. Em 1º de agosto, Rebeca Andrade saltou antes de Simone Biles. A brasileira executou o Cheng, que tem dificuldade de 5.60, e tirou nota 15.100. No documentário, a estadunidense detalhou o que pensou naquele momento.
“Quando ela cravou daquele jeito, pensei ‘não é possível’. Ela não é humana. Acham que eu não sou, ela que não é” Simone Biles, ginasta.
Em seguida, Biles executou o Biles II, com nota de dificuldade avaliada em 6.40, e alcançou nota 15.776. Na soma das rotações seguintes, a estadunidense se manteve à frente e garantiu o ouro – decidido apenas no solo, última apresentação. Rebeca Andrade, que não aliviou, conquistou a prata.
Rotações no individual geral
Salto: Simone Biles com 15.776 e Rebeca Andrade com 15.100
Barras assimétricas: Simone Biles com 13.773 e Rebeca Andrade com 14.666
Trave: Simone Biles com 14.566 e Rebeca Andrade com 14.133
Solo: Simone Biles com 15.066 e Rebeca Andrade com 14.033
Total: Simone Biles com 59.131 e Rebeca Andrade com 57.932
Disputa entre Simone Biles e Rebeca Andrade em Paris 2024
Evidentemente, a disputa entre Simone Biles e Rebeca Andrade em Paris 2024 não parou na final por equipes e no individual geral. As duas também competiram no salto e no solo. No salto, Biles executou o Biles II nas duas oportunidades e a média foi de 15.300. Rebeca Andrade, que já sabia da nota da companheira de profissão, tinha a opção de tentar o Yurchenko Triple Twisting (YTT), com nota de dificuldade 6,0, para tentar superar a estadunidense. No entanto, preferiu apresentação segura e somou 14.966. No solo, a honra para a brasileira! De forma histórica, Rebeca recebeu nota 14.166, viu Biles tirar dos juízes 14.133 e conquistou o ouro. O episódio não deu a menor atenção para a vitória de Rebeca. Por apenas dois segundos, exibiu Biles e Chiles reverenciando a brasileira no pódio – o primeiro da história da Olimpíada formado por três mulheres pretas -, mas sequer contextualizou. Em um dos frames exibidos no fim, aparece Simone Biles com colar de cabra – no momento da premiação doo individual geral. A palavra ‘cabra’, em inglês, quer dizer ‘goat’. No mundo esportivo, é a abreviação de ‘greatest of all times’, ou ‘melhor de todos os tempos’.
Uma semana depois
Na sequência, o episódio exibe Biles celebrando a atuação em Paris uma semana depois. Momento em que a estadunidense faz algumas reflexões que levantam dúvidas acerca do futuro dela na ginástica. “Senti um grande alivio, mas agora penso ‘meu deus, como será a vida agora?”, “O que mais vou sentir falta na ginastica é a liberdade com meu corpo. A habilidade que tenho no ginásio não é normal, mas tive que trabalhar em outras áreas da minha vida e isso me ensinou lições e me tornou quem sou hoje” e “Estamos nos despedindo de algo que amamos?” embasam tal pensamento. Por fim, Biles diz que tem orgulho de ter sido fiel a si. “Ninguém olha para o espelho e pensa ‘preciso focar em mim e vou focar em mim’”.
Saldo de Rebeca Andrade em Paris
Rebeca Andrade fez história em Paris. A ginasta deixou o torneio com o status de maior atleta brasileira, entre homens e mulheres, na história dos Jogos Olímpicos. Subiu ao pódio quatro vezes – bronze por equipe, prata no individual geral e no salto e ouro no solo – e se tornou a maior medalhista olímpica do país.
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