Em audiência pública no Norte de MG, Comissão de Minas e Energia destacou potencial de Salinas na reformulação da matriz energética
“Várias empresas já estão investindo em Salinas e na região. A Assembleia Legislativa, por meio da nossa Comissão, coloca-se à disposição junto ao governo estadual e a outras instituições, para que possamos ter mais agilidade nas licenças ambientais adequadas, além das questões da reativação da ferrovia e da energia necessária, especialmente de fontes limpas e renováveis, como a solar fotovoltaica”, declarou o deputado Gil Pereira, presidente da Comissão de Minas e Energia, durante audiência pública na cidade, no dia 20/10/23.
Autor do requerimento para sua realização, Gil Pereira conduziu a reunião, ao lado de grande número de lideranças locais e de outros municípios norte-mineiros e do Vale do Jequitinhonha, além de empreendedores.
“Debatemos os investimentos bilionários previstos para alavancar estes projetos associados na nossa região. Insumo básico para baterias de veículos elétricos e outras tecnologias, o mineral ajudará na urgente transição energética e, em consequência, no controle climático. Afinal, o Vale do Jequitinhonha sairá do papel e dos discursos para nova realidade”, destacou o deputado Gil Pereira.
Transição energética e desenvolvimento
A diretora de Relações Governamentais e Comunidades da Belo Lítio (subsidiária da Latin Resources), Marisa César, apontou o potencial do Vale do Lítio, localizado no Estado: “Temos mais de 9% dos recursos mundiais deste mineral na região, o que poderá propiciar não somente sua participação na transição energética, como também o seu desenvolvimento.”
A sua expectativa é de que o licenciamento ambiental seja obtido em 2024 para a construção da base e operação em Salinas. Assim, a exploração do mineral pela empresa australiana começaria, efetivamente, em 2026.
Representante da MG LIT (Lithium Ionic), Gilberto Pereira também revelou seu o posicionamento: “Conseguimos a viabilidade econômica do projeto em Araçuaí e penso ser fundamental expandir para Salinas, onde a preparação e a infraestrutura são essenciais. Estou muito otimista, porque em pouco tempo alcançamos aqui resultados mais rápidos do que em Araçuaí.” Ele ressaltou que a maior produção de lítio do país está em Minas Gerais: “Esta é uma realidade.”
O presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB – Salinas), Edivan Rodrigues, também participou do evento e enalteceu a prestação de esclarecimentos à população.
Viabilidade econômica
Representante da Multimodal Caravelas/Bahia, Fernando Cabral explicou o passo a passo necessário de agora em diante para a reconstrução da ferrovia Bahia-Minas, etapa considerada essencial para o escoamento da produção do lítio na região: “Já temos autorização desde fevereiro para a reconstrução e queremos ampliar seu percurso, de Araçuaí para Salinas, o que demandaria apenas comunicação da realização da obra ao governo federal.”
“Será constituído grupo de trabalho para analisar a viabilidade econômica e o potencial de cargas. Acreditamos que esse potencial existe, inclusive duas empresas de extração do lítio que estão na região já nos procuraram”, pontuou ele.
Segundo Fernando Cabral, o projeto de Caravelas, no Sul da Bahia, a Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, estudará a necessidade de terraplanagem, construção de viadutos e perfuração dos trilhos para a implantação da ferrovia. A partir daí, o projeto será apresentado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e feito o pedido de licenciamento ambiental. Depois, a licitação para execução da obra.
“E, assim, em vez de o projeto atender somente a Araçuaí, a ideia é expandi-lo até Salinas. Primeiramente, buscamos o transporte do minério. Depois que a obra se pagar, podemos pensar em trem de transporte de passageiros”, afirmou ele.
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