Gestão de conflitos é um ótimo meio de cortar custos - Rede Gazeta de Comunicação

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Gestão de conflitos é um ótimo meio de cortar custos

Se você é dono de um negócio, sabe o quanto cada centavo faz toda a diferença para o caixa no fim do mês. Esta é a razão pela qual um empreendedor mais focado faz cálculo de tudo, ou seja, de qualquer dinheiro que sai da conta, seja para pagar a folha salarial dos funcionários, tributos, fornecedores ou tantas outras despesas que concorrem com as receitas.

O passivo trabalhista, por exemplo, consome uma parte significativa do capital da organização. E é um valor até difícil de mensurar, uma vez que muitas ações ainda tramitam nos TRTs Brasil afora. Mas uma rápida pesquisa nos leva a observar, por exemplo, que no ano passado o número de processos que chegaram à Justiça Trabalhista cresceu 28,7% em comparação com o ano anterior, segundo relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foram simplesmente 4,2 milhões de novos casos em 2023.

Nem é necessário mencionar os efeitos nocivos que as ações transitadas em julgado representam para a empresa. E isso serve para todo tipo de conflito, não apenas os que envolvem algum funcionário. As ações movidas por clientes e fornecedores também são capazes de causar estrago. Por isso, o gestor mais atento busca os meios mais criativos – e legais – para driblar custos que tragam um forte impacto à saúde financeira do negócio. Um dos mais significativos é justamente tomar o caminho alternativo às ações judiciais.

A abertura à gestão de conflitos como solução para eventuais disputas vem se tornando uma tendência nos setores econômicos no Brasil por diferentes fatores. Primeiro porque o diálogo visa alcançar um acordo construído e aceito pelas partes. Isso já ajuda a diminuir a tensão geralmente alimentada no âmbito da justiça comum. Em segundo lugar, a rapidez é uma conquista que só as mesas de resoluções alcançam. As soluções respaldam-se na lei, porém, mais importante do que isso é construir um resultado razoável a todos os envolvidos.

Vale destacar que a justiça comum, por outro lado, é implacável em suas decisões. E nem sempre isso é positivo. Uma empresa não quer ganhar uma queda de braço judicial contra um cliente, por exemplo, mas solucionar o conflito, e, de preferência, restabelecer um vínculo positivo, que possa resgatar a confiança inicial. A preservação do relacionamento comercial pode configurar uma pauta que alcança a resolução de conflitos, embora não seja prioridade. Mas é notório observar como ela ataca o desgaste emocional que coloca os atores em lados ainda mais opostos.

Diferentemente das sentenças no Poder Judiciário, que levam em conta somente as leis em torno de cada caso. Por isso, a decisão tende a ser favorável a um e contrária a outro, incrementando o desgaste provocado pelo tempo de tramitação, o que também contribui para alimentar o conflito.

Outro ponto que é preciso compreender é que a justiça comum tem um custo mais elevado. A conciliação dispensa pagamentos com custas processuais e perícias, valores que são embutidos nos trâmites que percorrem os tribunais. Em se tratando de economia do ponto de vista empresarial, isso torna a escolha pela opção extrajudicial ainda mais óbvia.

Então o que ainda acontece para que as ações judiciais cresçam? Simplesmente a conscientização. Os gestores determinados a aumentar sua margem de lucro também são capazes de alcançar essa meta reduzindo despesas significativas. A conciliação é um caminho viável, e sua popularização está em pleno desenvolvimento. Isso nos permite pensar que essa é uma transformação que inevitavelmente acontecerá já nos próximos anos.