Gamela cheia - Rede Gazeta de Comunicação

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Gamela cheia

JARBAS OLIVEIRA

Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas, da Academia Montes-clarense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

Meus amigos e caros leitores, a bem da verdade, sentei-me, hoje, à frente do computador sem qualquer inspiração para escrever. Fiquei alguns minutos dispersos, fechei os olhos, busquei concentração e nada, nada que me chamasse a atenção ou, como disse Dario Peito de Aço, concatenasse as ideias. Dario não precisava pensar para fazer gols, a bola batia nele e entrava. Goleador nato, o Dario. Não sou o Dadá Maravilha, mas estou aqui esperando as letras se encaixarem na cachola e, de lá, sair em forma de frases concatenadas. Confesso, precisei utilizar o celular para buscar alguma coisa que me chamasse a atenção e daí desenvolver um texto. Eu sempre digo: escrever é fácil, basta colocar as ideias no papel ou no computador. Experimente!

Pois bem, bastou-me uns clicks, no celular, e deparei-me com a manchete do jornal O Globo: Paulo Betti puxa movimento para ‘resgatar’ bandeira do Brasil e na rua manifestantes estão em sintonia com a ideia.

Não li a “notícia”, em sua totalidade, porque estava restrita aos assinantes do jornal. Todavia, o assunto foi generalizado na televisão e nas mídias sociais. Pensei: Eu procurava assunto e encontrei um prato cheio, prato não! Uma gamela cheia.

A imagem da notícia é o ator mascarado, portando uma bandeira do Brasil estendida à sua frente. Só se esqueceram de dizer que o ator portava uma camisa vermelha e junto à bandeira, no mesmo mastro, foi colocada uma faixa vermelha (o negrito é nosso), com os dizeres: Fora Bolsonaro. Ditadura nunca mais. Só para lembrar: Paulo Betti é o ator que faz comédia gay na novela ‘O imperador’. Nada contra a terceira via do gênero, a opção é de cada um.

O ator que se diz representar a classe artística, contrária ao governo federal, em manifestação vermelha, na cidade do Rio de Janeiro, é o mesmo que divulgou em vídeo, com deboches e sorrisos nos lábios, que a facada desferida, em Juiz de Fora/MG, contra o então candidato a presidente da república, considerando a ação mais ou menos correta, mas não total. O que ele chama de mais ou menos correta é, tão somente, porque não foi letal e o candidato foi eleito com mais de cinquenta e sete milhões de votos. Ele mesmo se declarou em vídeo que foi aí que eles erraram. A isso, eles chamam de discurso do bem.

A caixinha escancarada foi lacrada! Acabou a mamata! Você errou sim e deveria se retratar, pedir perdão aos brasileiros, não só por debochar da tentativa de homicídio, um crime político orquestrado, programado e financiado, mas também pelo rancor e ódio que guarda no peito, por ter se deparado com as secas tetas da dinheirama derramada e puxada a rodo, por uma minoria, para acobertar pérfidos investimentos em nome da cultura. A isso, eles chamam de discurso do ódio.

As manifestações pacíficas são democráticas e as respeitamos. Mas vamos e convenhamos, dizer que está resgatando a bandeira brasileira, estendendo uma faixa vermelha ao lado da nossa gloriosa bandeira verde amarela, azul e branca, é debochar do nosso Pavilhão Nacional, lindo Pendão da Esperança, símbolo Augusto da Paz, orgulho de todos os brasileiros declarados patriotas. O que você fez, Paulo Betti, foi debochar do BRASIL. Retrate-se!