JOYCE ALMEIDA
No dia 18 de junho começam as quartas de finais do Brasileirão Feminino 2023. Os jogos da última rodada para definir as equipes classificadas ocorrem nesta segunda-feira (12), às 15h, e serão transmitidos na televisão aberta. As expectativas estão altíssimas, especialmente para as torcedoras que apreciam o maior esporte do país.
Outra competição importante que está por vir é a Copa do Mundo Feminina, que será disputada Austrália e Nova Zelândia. O primeiro jogo será no dia 20 de julho, entre a Nova Zelândia e a Noruega. A Seleção Brasileira estreará no dia 24 contra o Panamá e já tem ganhado destaque no ranking divulgado pela Fifa, nessa sexta-feira (9). As jogadoras ocupavam a nona posição e subiram para a oitava, desbancando a Holanda. O Brasil está no Grupo F, que tem por rivais a França e a Jamaica.
Apesar de o futebol ainda ser praticado em sua maioria por homens, essa modalidade vem crescendo significativamente no meio feminino, tanto no cenário profissional quanto no amador. Hoje é tão comum que as mulheres dediquem um dia da semana para jogar, quanto os homens.
A técnica em administração, Jessika Ayane Cardoso, de 21 anos, joga há 10 anos e é prova disso. “Tenho uma relação de amor com o futebol que começou ao 11 anos de idade. Eu jogava aos sábados na praça do Maracanã com alguns meninos que treinavam com Daiany Spínola. Um tempo depois ela montou o time feminino, o Carlão que é bem reconhecido hoje em Montes Claros, onde já participei de alguns campeonatos”, conta.
Segundo Jessika, no início, o futebol não passava de uma brincadeira mas com o tempo foi se transformando em um estilo de vida saudável. “Confesso que quando comecei era apenas por diversão, depois entendi a importância da prática esportiva para saúde e hoje tem me ajudado muito também com na minha saúde mental”, declara.
Apesar de ser torcedora do Atlético-MG, Jessika aposta no Palmeiras para essa temporada da competição. “As expectativas estão a mil para assistir os jogos. A minha aposta é que o Palmeiras leve a melhor nesse campeonato, as meninas jogam muito”, arrisca dizer.
Ao ser questionada sobre se essa maior abertura ao futebol feminino pode trazer uma maior visibilidade as jogadoras brasileiras, a jogadora demonstra esperança mas afirma que ainda existe muitas dificuldades a serem superadas. “Acredito que sim e espero por isso. Tenho certeza que irá chegar o dia, e espero que o mais breve possível, em que teremos igualdade entre o futebol feminino e masculino. A participação feminina ainda sofre muito preconceito nas competições, pois existe o tabu de que o esporte é para os homens. Mas acredito que isso está prestes a acabar, pois o número de mulheres aderindo ao futebol cresce cada dia mais”, afirma.
Clara de Castro, de 27 anos, é atleta profissional e conta que sua vida no esporte começou cedo, graças a influência da família. “Jogo desde muito nova. O meu pai e a minha mãe me levavam para os estádios para assistir aos jogos, e me apresentavam em clubes para poder jogar. Minha família é toda esportista, todos os meus tios e primos sempre foram atletas de futebol, futsal etc.”, declara.
De acordo com a jogadora, o esporte trouxe muitos benefícios para sua vida. “Tudo muda: a alimentação; boa forma física; a vontade de praticar se torna e é um ótimo exercício para mandar a tristeza embora, já que estamos passando por um momento tão confuso nesse mundo”, afirma.
Clara também se mostra animada com o Brasileirão feminino. “Minhas expectativas são, com certeza, sempre as melhores, pois sabemos que está sendo mais uma porta aberta para conquistar o nosso espaço que, mesmo difícil, estamos correndo atrás e que com fé vai dar tudo certo. Acredito que essa será uma ótima oportunidade para todas as jogadoras, inclusive tenho várias amigas que disputarão e estarei na torcida por elas”, deseja às colegas uma ótima competição e conclui afirmando um dos maiores desafios do futebol feminino é a falta de patrocinadores: “na minha opinião, ainda falta muita coisa para melhorar, mas o maior fator que falta são mais apoiadores financeiramente, como sabemos, essa é uma realidade super discrepante. Sobre os valores, por exemplo, tanto de patrocínio como de salário, acho que é a coisa que mais desanima, mesmo tendo em vista que jogar futebol para nós é um sonho”. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)
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