Fibra da bananeira vira artesanato e gera fonte de renda em Jaíba - Rede Gazeta de Comunicação
Fibra da bananeira vira artesanato e gera fonte de renda em Jaíba

Artesãos da cidade de Jaíba estão apostando na produção de peças através da fibra da bananeira para gerar novas fontes de renda. A banana, importante produto que tem sua própria data comemorativa – 22 de setembro, Dia da Banana -, é abundante na região, que abriga o maior projeto de irrigação da América Latina. A fibra tem ganhado formas e contornos através de cestos, caixas decorativas, luminárias, fruteiras, entre outras, produzidas após o curso de Artesanato de Fibras Naturais, do Sistema Faemg/Senar/Inaes.

“Aqui tem muita plantação de banana, então temos como trabalhar este tipo de artesanato de fibras”, destacou a instrutora Guiomar Mendes, que foi aluna do Senar há 25 anos e, desde então, desenvolve trabalhos de artesanato com uso de materiais recicláveis e fibras.

O curso envolveu 12 alunos e foi realizado em parceira com o Município e a Associação de Artesanato local, que já produz peças com pintura de tecido e croché. Foi Joaquina Souza da Cruz, responsável pela Associação, quem mobilizou as artesãs, a maioria filhas ou esposas de produtores rurais, a voltarem a investir na produção dos itens. Algumas artesãs locais já trabalharam com a fibra, mas interromperam a fabricação nos últimos anos. “Essa foi a primeira vez que o curso foi realizado. Os produtores cedem o tronco da bananeira para nossa produção. Precisamos aproveitar o potencial local, aproveitar os visitantes de fora, que levam produtos da região”, disse.

Oportunidades

A primeira encomenda chegou logo depois do treinamento. Foram 90 caixas decorativas, com valor médio de R$ 25,00 cada. A oportunidade deixou as artesãs ainda mais animadas. Novos produtos já estão sendo preparados, de olho no movimento do fim de ano.

“Juntamos com as mulheres para pegar encomendas. Hoje tiro o meu sustento do artesanato, mas quero buscar melhorar ainda mais. Após o curso fiquei surpresa com o resultado. Fiz as peças e tirei fotos, divulguei e todos falaram, viram os produtos. Já estamos preparando as fibras para o fim de ano, quando costuma aparecer mais pedidos. A expectativa é grande”, relatou Joaquina.

Outra artesã que se surpreendeu com os resultados do curso foi a Sueli Alegre de Oliveira, de 36 anos. Mãe de dois filhos, ela já fazia algumas peças artesanais, como laços de cabelo, para comercialização na cidade. “Nunca tinha feito curso. Eu já conhecia o material, comum aqui na Jaíba, mas não sabia produzir desta forma. Quando fiquei sabendo, animei para poder participar. Morei na roça durante um tempo e meu marido e familiares têm terreno. Já está nos planos plantar banana para poder fazer as peças de artesanato. Sempre gostei deste tipo de trabalho, agora é uma oportunidade”.

Transformação local

Com os resultados já visíveis do curso, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Jaíba, Ciro Souza de Paula, celebra o novo potencial regional. Ele pontua que as oportunidades aliadas à produção rural transformaram a cidade nos últimos anos, e o artesanato é mais uma forma de renda para contribuir com a economia local.

“É uma grande oportunidade especialmente para aqueles que não estão envolvidos tão diretamente com o agronegócio. A população em geral tem oportunidade de renda com a extensão agrícola que chegou para a região. O Projeto Jaíba proporciona bastante riqueza, não só para quem trabalha nas fazendas”.

Polo de fruticultura

Além de Jaíba, o projeto de irrigação também está presente em outros municípios da região, como Janaúba e Matias Cardoso. Em todas eles, o Sistema Faemg/Senar/Inaes atua através de cursos e programas especiais, além de parcerias pelos programas especiais Agro.BR e NovoAgro Ventures, que buscam, respectivamente, viabilizar a geração de negócios internacionais para pequenos e médios produtores, e incentivar a criação de startups que busquem soluções para o setor.

“A chegada do projeto proporcionou ganhos gigantescos, com implantação de novos serviços para a cidade. Gerou novas oportunidades, um desenvolvimento grande para o município. Hoje os filhos dos produtores se interessam mais em ficar e trabalhar nas propriedades rurais, buscando especialização”, finalizou Ciro Souza. (RICARDO GUIMARÃES – Colaborador)

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