Fechamento da Casa de Augusta coloca em risco o corredor cultural - Rede Gazeta de Comunicação

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Fechamento da Casa de Augusta coloca em risco o corredor cultural

GIRLENO ALENCAR

Uma polêmica esta dominando o setor cultural de Montes Claros, um morador da rua coronel celestino abriu uma campanha para fechar a “Casa de Augusta”, reduto de artistas da cidade sob a alegação de poluição sonora e perturbação. Ele conseguiu que uma herdeira do imóvel cancelasse o contrato de aluguel, e com isso, o local tem de ser fechado até o último dia desse ano. A reação foi imediata, pois em Carta Aberta ao prefeito Humberto Souto, parte dos moradores, comerciantes, pesquisadores, professores, estudantes, técnicos, empresários, profissionais liberais, artistas, trabalhadores, cidadãs e cidadãos montesclarenses, preocupados com a arte, o turismo, a cultura e suas manifestações na cidade manifestaram preocupação diante da grave situação em que se encontra um dos locais mais pujantes e ricos culturalmente do nosso município.

“Grupos políticos têm colocado em risco todo o trabalho desenvolvido pela iniciativa privada da região, sendo essa grande idealizadora e promotora de ações de urbanização, segurança, lazer e turismo contemplativas àquela área da cidade. Vale ressaltar que, através do Corredor Cultural e de sua exploração legítima pelos moradores da cidade, empregos são gerados direta e indiretamente. A sua existência possibilita a criação de feiras de diversas naturezas, onde a cultura e ancestralidade são incentivadas através de debates e da própria experiência que as pessoas obtêm no Centro Histórico.

As ameaças, o boicote e as difamações têm afetado não só nosso valioso espaço cultural e patrimonial, mas a comunidade montesclarense como um todo, independentemente das suas escolhas políticas, partidárias e/ou ideológicas. Esse conjunto de fatores difíceis tem chegado aos empreendimentos que resistem na área, que incentivam o comércio e geram renda através dos seus eventos socioculturais, artísticos e, muitas vezes, beneficentes. Se concretizado o encerramento das atividades dos três estabelecimentos alvos das perseguições, famílias inteiras serão afetadas”, destaca o documento.

A Carta Aberta desta ainda que existe “centenas de pessoas que direta e indiretamente ligadas aos empenhos promovidos por essas casas, que, além de gerar empregos, colaboram para o trabalho de músicos e artistas diversos de Montes Claros e região. Recebemos turistas diariamente, ofertando a eles um pouco do abraço caloroso que só a nossa cidade sabe dar. Neste momento, já se observa forte queda na movimentação dos estabelecimentos, resultante das frequentes falsas denúncias de irregularidades e de perturbação, em parte provocadas pela consequente intimidação da Polícia Militar. Por conta disso, os abaixo assinados vêm solicitar ao senhor para que seja feita amplo trabalho de conscientização por parte da Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, tendo como público alvo os cidadãos de Montes Claros, a fim de ilustrar a importância do Centro Histórico de Montes Claros, do Corredor Cultural, suas manifestações e o cumprimento das Diretrizes da Cultura do nosso município. O Centro Histórico representa o berço da nossa cidade. O Corredor Cultural é o coração de Montes Claros. Conclamamos ao Excelentíssimo Prefeito que reverta esse quadro inaceitável de perseguição e ignorância absurdos, dando reconhecimento e celebrando a nossa própria história, através desse ato de grandeza e generosidade que a nossa Secretaria de Cultura poderá empreender”, destaca.

O vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães e o secretário municipal de Cultura, João Rodrigues, salientam que o poder público sequer pode intervir nessa situação, pois é assunto privado e sugerem a busca do diálogo.