FATOS E DETALHES - Rede Gazeta de Comunicação

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FATOS E DETALHES

ÁLVARO VELOSO

Também procurei o presidente do PL Montes Claros, Álvaro Veloso, para comentar as declarações de Sandro Fusca sobre ser melhor para o partido apoiar Guilherme Guimarães (UNIÃO) do que lançar a candidatura própria de Maurício da Santa Casa. Álvaro me mandou uma nota e quase todos os pontos dela estão contempladas nas respostas que Maurício deu ontem e eu publiquei. Um, no entanto, merece ser sublinhado especialmente. No ponto 5, ele escreve: “Quanto a (sic) composição com Humberto e Guilherme não tem nada acertado. Devemos seguir com nossas campanhas separados (sic) até as convenções partidárias. Se algo de diferente acontecer, só saberemos lá.”

FALTA DE MULHERES

Com a desistência da deputada estadual Leninha, que não vai disputar com o deputado federal Paulo Guedes a candidatura a prefeito do PT, é lamentável que não se ouça sequer falar na remota possibilidade de uma candidatura feminina nas próximas eleições municipais. Até os vices especulados são quase todos homens. Fala-se na possibilidade da esposa de Carlos Pimenta, Cláudia Borém, ser candidata a vice pelo PSDB na chapa de Délio Pinheiro (PDT), mas, para isso acontecer, muita água tem que rolar, principalmente a Federação PSDB-Cidadania fechar questão com a candidatura de Délio, o que hoje é algo ainda muito indefinido.

FALTA DE MULHERES II

Montes Claros nunca teve uma prefeita mulher, apenas uma única vice-prefeita mulher em toda a sua história, que foi Cristina Pereira, esposa do deputado Gil Pereira, no terceiro mandato de Luiz Tadeu Leite, entre 2009 e 2012. E por mais que Cristina seja uma mulher dinâmica, empreendedora e muito articulada politicamente, a principal qualidade que a colocou na chapa foi o fato de ser casada com Gil. É preciso que o espaço feminino na política seja ressignificado. Que as mulheres sejam eleitas por suas próprias luzes, que tenham uma posição superior à estabelecida pelas cotas. E aqui, nada contra as cotas, pelo contrário, pois sem elas a situação seria ainda pior.

FALTA DE MULHERES III

A falta de mulheres nas maiores posições da política vai perdurar enquanto os homens tiverem apenas dois turnos diários de trabalho e as mulheres tiverem que se desdobrar em três ou quatro, todos os dias da semana. Muito mais comprometidas com a criação dos filhos e os cuidados domésticos, sobra às mulheres muito menos tempo para se dedicar à política ou mesmo para pleitear posições de liderança no mercado privado. O pior é que o estabelecimento de políticas públicas e de leis mais efetivas no combate à desigualdade de gênero depende da vontade de setores completamente controlado por homens, muitos deles arcaicos e iletrados, que não têm a menor sensibilidade sobre isso. E quando falamos de mulheres pretas e pobres, então, o buraco é muito mais embaixo.

VIÚVA FRANCISCO RIBEIRO

Estou na imprensa há 28 anos e escrevo sobre o assunto há pelo menos 20, por baixo. É um absurdo, um descalabro total, que uma das principais ruas de Montes Claros atenda pelo nome de Viúva Francisco Ribeiro. Por melhor pessoa que tenha sido Francisco Ribeiro, que inclusive, sozinho, também é nome de rua, não pode a sua esposa ficar tão invisibilizada. “Ah, mas é um simples nome de rua…”. Sim, prova de que machismo e misoginia são tão estruturais que a gente nem percebe e nem consegue enxergar problema em casos como esse. Tomara que esta Câmara Municipal, cuja legislatura está terminando, ainda atue para consertar esse erro crasso.

RUY E OS EVANGÉLICOS

Informação que chega à coluna dá conta de que o ex-prefeito Ruy Muniz (PSB), no início da sua pré-campanha, talvez aproveitando o fato de seu já anunciado vice, Kiko Canela, ser uma liderança evangélica, está dedicando a maior parte de sua agenda diária a contatos com pastores e membros de igrejas pentecostais e neopentecostais. Ruy sabe que é um segmento que hoje reúne cerca de 30% do eleitorado local, com viés de alta. Atualmente, os evangélicos estão muito ligados ao bolsonarismo pela chamada pauta de costumes. Acompanhemos como vai evoluir essa investida de Muniz em um setor tão caro à direita.

Pecê Almeida Júnior é jornalista e publicitário e fechou esta coluna às 14h11 de 26 de abril de 2024