Às vésperas do Dia Mundial da Água, celebrado em 23 de março, a Câmara de Montes Claros, através de iniciativa da vereadora Graça da Casa do Motor (União), promoveu, na manhã dessa quinta-feira (20/3), audiência pública para discutir sobre as reservas hídricas do município. O evento contou com a participação de representantes da Emater, secretaria de Meio Ambiente, líderes comunitários e de autoridades políticas, como o prefeito Guilherme Guimarães.
Segundo a proponente, a audiência teve o intuito de discutir soluções que proporcionem e garantam a Montes Claros e todo Norte de Minas reservas hídricas. Graça destacou que a falta d’água vem se agravando a cada ano, principalmente no meio rural.
“A conscientização do uso da água é fundamental. Uma das principais ações que pode ser feita é a construção da barragem de Congonhas, com investimento inicial de R$ 16 milhões. Essa é uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais”, enfatizou a parlamentar.
Conforme cronograma disponibilizado pelo Governo do Estado, o projeto “Congonhas” visa criar reserva de água para uso múltiplo da bacia do rio: consumo humano, abastecimento na produção de alimentos, irrigação agrícola e geração de energia elétrica.
O representante da Emater, José Arcanjo, pontuou que a barragem de Congonhas seria uma parceria entre o Estado com instituições privadas. E para tal execução, será necessário a participação da população que vive no meio rural, pois, eles sabem a realidade em que vivem.
O presidente da Sociedade Rural, Flávio Oliveira, pontuou que durante um comitê sobre a bacia do rio Verde Grande, foi apresentado uma série de restrições para o uso hídrico. No entanto, existe um projeto elaborado há sete anos mostrando como é possível utilizar o recurso sem afetar o meio ambiente.
“A última barragem construída em Montes Claros tem mais de 47 anos, de lá para cá a população cresceu exorbitantemente. Não somente nossa cidade precisa de Congonhas, mas todo Norte de Minas. O homem do campo merece ter água de qualidade para sua sobrevivência e para manter seus empreendimentos agropecuários.
Segundo o vice-presidente da Sociedade Rural, José Henrique Veloso, há dois anos o Governo de Minas estabeleceu um limite de outorga para retirada de água do solo e do rio Verde Grande, reduzindo o número de aberturas de poços artesianos. A medida está prevista para encerrar no segundo semestre deste ano. Porém, mesmo sem as restrições, a pouca quantidade de água não consegue abastecer as necessidades, tornando imprescindível o projeto Congonhas.
JURAMENTO | A barragem de Juramento é uma das principais fontes de abastecimento de Montes Claros construída na década de 80, com capacidade de 45 milhões de metros cúbicos de água. De acordo com as apresentações feitas durante a audiência, somente essa barragem não consegue abastecer a cidade, com 180 comunidades rurais e 12 distritos.
“Através do Codema, estamos abrindo um chamamento público para construir barraginhas nos locais que sofrem com a falta d’água. Assim, poderão armazenar água da chuva para posteriormente usar no dia a dia. Também estamos regularizando dezenas de poços artesianos”, afirmou Diogo Fabiano, representante da secretaria municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal.
Para o prefeito Guilherme Guimarães, o norte-mineiro teve que aprender a conviver com a seca – fazendo com a região tenha aumentado no número populacional e agropecuário. E que a preocupação com a falta d’água é recorrente, especialmente no uso hídrico consciente.
“A prefeitura está preocupada com essa situação, mas necessariamente com a população da zona rural, e por isso, tem buscado ações efetivas para reconstrução ou construção das nossas barragens. Temos algumas previsões de estudos da barragem de Congonhas e Jequitaí, porém, precisamos de ações urgentes e para isso contamos com incentivo do Governo Federal, para garantir barragens médias em comunidades maiores, como em Aparecida”, finalizou Guilherme. Ainda segundo o prefeito, Montes Claros possui mais de 100 reservatórios de água subterrâneo que ajudam a abastecer o município
De acordo com a Copasa, o monitoramento de água das vazões captadas para realizar o abastecimento público no município é realizado mensalmente. A companhia utiliza água da chuva, subterrânea e direciona para as unidades de tratamento. (Christine Antonini)
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