No próximo dia 12 de dezembro, Montes Claros será o cenário de uma noite dedicada à música e à preservação da memória cultural brasileira. Artistas locais realizarão apresentações para arrecadar recursos destinados à produção do documentário sobre Zé Coco do Riachão, um dos maiores ícones da viola brasileira. A ideia de promover o show partiu da professora e musicista Maristela Cardoso, apoiada pelo também músico e produtor Carlos Soyer, e prontamente abraçada por vários artistas.
Entre os músicos confirmados para o evento estão Carlos Soyer, Maristela Cardoso, Élcio Lucas, Juquita Queiroz, o grupo Seresta Senescentes Lirais, Marcelo Andrade, John Canta Miltons, Jorge Takahashi, Denisar Mota e Pedro Boi, que se unirão em uma programação variada e voltada para todos os públicos. As mesas, com capacidade para até 4 pessoas, estão à venda por R$150,00. Reservas podem ser feitas pelo telefone (38) 99193-1971, com Renata Maia. O show será realizado no Godofredo Food Pub, localizado na Rua Dr. Mário Veloso, Melo.
Para a professora e cantora Maristela Cardoso, idealizadora do evento ao lado do músico Carlos Soyer, a iniciativa é, principalmente, para chamar atenção para o projeto e sensibilizar a comunidade e empresas da região. “Ele não é só da região. Ele é de Minas, é do Brasil, é do mundo! Na Alemanha, ele foi considerado o Beethoven do Sertão. Uma obra considerada um fenômeno, para uma pessoa que não teve nenhum estudo: não sabia ler nem escrever, e aprendeu tudo da alma, da observação, da sensibilidade artística”, ressalta. A diretora do documentário, Andrea Martins se diz agradecida e emocionada com a participação dos artistas e destacou o papel da comunidade no apoio à iniciativa. “A contribuição de cada artista e cada participante desse evento é fundamental. Juntos, estamos trabalhando para que a história de Zé Coco do Riachão, um patrimônio da nossa cultura, seja reconhecida, lembrada e celebrada”, afirmou Andrea.
Nascido às margens do Riachão, entre os municípios de Mirabela e Brasília de Minas, Zé Coco do Riachão foi um músico e luthier que marcou a história da cultura popular brasileira. Autodidata, Zé Coco fabricava os próprios instrumentos e, além da viola, também tocava rabeca e sanfona, entre outros instrumentos. Devoto de Santos Reis, desde os sete anos até a sua morte, em 1998, participou anualmente da Folia de Reis, tradicionalmente e religiosamente celebrada na região. “Além de violeiro excepcional, Zé Coco foi um guardião da memória musical do interior de Minas Gerais, inspirando gerações e contribuindo para a valorização da música de raiz. Inclusive, é reconhecido como um dos pilares da Viola Caipira por grandes artistas como Almir Sater e Jackson Antunes, que fará participação em nosso filme”, conta Andrea.
Sobre Andrea Martins
Professora da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Andrea Martins é escritora e cineasta, e iniciou o projeto para o filme sobre Zé Côco há quase 30 anos, em 1997. Por causa da falta de recurso, o documentário ainda não foi finalizado, mas ao longo dos anos a cineasta se dedicou a reunir material como depoimentos, registros das participações de Zé Côco na TV Brasileira e em jornais impressos, bem como outras referências ao artista. Agora em fase de seleção e licenciamento de imagens, Andrea busca apoio financeiro para finalizar o trabalho e perpetuar a memória de um dos maiores violeiros do Brasil.
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