Evento quebra paradigmas ao celebrar a palma como alternativa de primeira linha na pecuária - Rede Gazeta de Comunicação

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Evento quebra paradigmas ao celebrar a palma como alternativa de primeira linha na pecuária

Um dia de campo realizado na Fazenda Experimental da Epamig, em Montes Claros, neste sábado (231/10) encerrou com louvor o VI Congresso de Palma e Outras Forrageiras para o Semiárido e o Palmatech 2023. Mais de 300 pessoas participaram das quatro estações montadas na fazenda, apresentando desde programas para que o produtor possa cultivar a planta até técnicas e manejo e colheita da palma.

Para o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, o evento foi importante justamente por quebrar paradigmas e desmistificar a palma como produto característico de subsistência, cultura de menor valor e último recurso para o pecuarista. “Precisamos trazer tecnologia para a pecuária, como foi feito para a agricultura. Não dá mais para o boi ganhar peso nas águas e perder na seca, a pecuária não aceita mais isso. O congresso conseguiu mostrar muito bem a importância da palma para essa suplementação e da gestão para que o produtor possa ter uma curva equilibrada de ganho de peso, de produção de leite durante todo o ano e possa, consequentemente, ter renda e se fixar no campo”, avaliou o presidente.

Para a pesquisadora da Epamig Polyanna Mara de Oliveira, o congresso superou as expectativas, reunindo pessoas de todo Brasil e trazendo o que há de melhor atualmente em pesquisas e tecnologias voltadas para a palma. “Os participantes ficaram muito satisfeitos com a qualidade das informações que apresentamos. Foi uma honra receber o evento em Minas Gerais, porque ainda estamos caminhando em relação à palma, se compararmos com nossos colegas do Nordeste. O evento deixa para nós um legado para continuarmos apostando na cultura da palma como uma alternativa para a região, principalmente para o produtor do semiárido ter uma garantia de que o gado dele não vai morrer de fome. Finalizar a programação aqui na fazenda, mostrando essas tecnologias e outras alternativas forrageiras, é fechar ‘com chave de ouro’ esse evento”, analisou.

Palma Day

Durante o Dia de Campo os mais de 300 participantes puderam conferir na prática os tratos, cuidados e informações sobre os projetos de difusão da palma forrageira na região do semiárido. Durante as quatro estações de campo, ministradas por pesquisadores da EPAMIG, Unimontes, técnicos da CNA/Senar e uma empresa de maquinários foi possível conferir e testar algumas técnicas.

O Dia de Campo foi realizado no Campo Experimental da EPAMIG de Montes Claros que conta com uma réplica do Banco Ativo de Germoplasma de palma forrageira com 24 genótipos cedidos pelos Instituto Agronômico de Pernambuco. No evento, também foram apresentados os resultados iniciais das avaliações desses genótipos.

Durante toda a manhã, as estações, divididas por grupos e trabalhando em rodízio, compartilharam informações e demonstrações. Na estação Rede Palma, apresentada pelas pesquisadoras Polyanna Oliveira e Leidy Rufino, foi apresentado o projeto Rede Palma que trabalha a multiplicação dos Campos de Palma forrageira na região norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. “Compartilhamos informações como a forma de realizar o cadastro em caso de interesse de participação, técnicas de plantio, cultivo e como se dá o acompanhamento das unidades por parte dos pesquisadores”, explica ela.

O Rede Palma, programa liderado pela EPAMIG com o objetivo de difundir a tecnologia da palma forrageira no Semiárido Mineiro, seleciona propriedades rurais das regiões Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, onde são implantadas Unidades Demonstrativas e Campos de Multiplicação de palma. Atualmente, o Rede Palma está presente em 41 municípios, com um total de 84 Unidades Demonstrativas e 384 Campos de Multiplicação. Desde o início do Programa, já foram distribuídas mais de 1,6 milhão de raquetes.

A estação Colheita Mecanizada da Palma Forrageira, apresentada pela empresa Laboremus, mostrou a máquina ‘Avohay’, desenvolvida por meio de adaptações em outras colheitadeiras, destinada a uso com a cultura da palma.  “No contexto do Rede Palma aceitamos o desafio de desenvolver uma máquina que apoiasse o produtor justamente na colheita e transporte que são partes mais onerosas e difíceis do processo, explica Fabyano Dias, CEO da Laboremus. “Temos três anos de pesquisa e desenvolvimento. Começamos a colheitadeira como uma máquina pequena e empurrada na mão e hoje, graças a todo um trabalho com a cultura lançamos ela aqui”, diz.

As estações Capim Buffel como alternativa de gramínea forrageira para semiárido e Projeto Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável, apresentaram ainda informações e demonstrações sobre outras forrageiras adaptadas ao semiárido e que apresentam bons desempenhos em áreas de déficit hídrico.

Próximo evento

A próxima edição do congresso de palma volta a ser realizada em um estado do Nordeste, enquanto o Palmatech continua sendo realizado em Minas Gerais, a cada dois anos. O evento em Minas Gerais foi realizado pelo Sistema Faemg Senar, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Confederação da Agrocultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, Sociedade Rural de Montes Claros, Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa/Senar-PB), Sicoob Crediminas e Banco do Nordeste.