‘Saberes sobre os povos originários do Vale do Jequitinhonha e Mucuri: relatos de experiências’ foi o trabalho premiado em primeiro lugar no IX Seminário de Iniciação Científica (SIC) do IFNMG na área de Linguística, Letras e Artes. O evento, realizado no mês de maio, premiou os três melhores trabalhos de cada uma das 12 áreas do conhecimento contempladas. O trabalho é de autoria de alunos: Nauberth Nilo Borges, do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Iara Santos Pereira, da Engenharia Agrícola e Ambiental; Carla Pineda, do técnico integrado em Agrimensura; e Gabriela Lopes Antunes, do técnico integrado em Meio Ambiente. A orientação é da professora Lillian Melo.
Trata-se de um recorte do projeto de pesquisa e extensão povos indígenas do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, desenvolvido em Araçuaí desde 2018 e que conta com colaboradores externos, como indígenas da aldeia Cinta Vermelha Jundiba e a pesquisadora indigenista Geralda Soares. O estudo investiga discursos de discentes participantes do projeto e, para isso, apresenta relatos de experiências em que é possível identificar, por meio de práticas de letramento (leituras, resumos, interações virtuais), mecanismos enunciativos que demonstram a promoção de saberes sobre o histórico de colonização, povoamento e resistência dos povos indígenas do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.
Segundo levantamentos feitos pelos autores, “o processo de colonização dessa região foi repleto de conflitos que extinguiram em massa populações indígenas, região marcada por cenários de inúmeros massacres de territórios e disseminação de ódio do branco europeu perante as populações indígenas que já habitavam as terras/matas desde o princípio”. Além de pesquisar sobre a história do processo de colonização no Vale do Jequitinhonha e Mucuri, os autores também recorreram a fontes bibliográficas sobre letramento como prática social.
Após a etapa de pesquisa bibliográfica, foram realizados cinco encontros síncronos, com a presença de pesquisadores indigenistas e povos indígenas, que compartilharam suas memórias de luta, resistência e cultura. Por fim, foi aplicado um questionário – com questões discursivas – para sete alunos participantes ativos do projeto, sendo dois deles indígenas, com o objetivo de refletir a respeito dos conhecimentos acionados. Segundo os autores do trabalho, foi possível perceber, a partir dos relatos dos alunos, que as práticas de letramento possibilitaram-lhes “adquirir conhecimentos que causaram rupturas com o discurso colonizador e romantizado sobre os povos indígenas”. Outro destaque do projeto, segundo eles, foi dar lugar de falar aos povos indígenas, para compartilharem suas memórias, lutas e cultura. (GA)
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