Uma pesquisa recente lançou luz sobre o impacto das metodologias ativas na inclusão escolar de alunos autistas, revelando achados significativos que destacam a necessidade urgente de práticas formativas adaptadas ao ambiente educacional. Os resultados, publicados no artigo intitulado “Metodologias Ativas e as Contribuições para a Inclusão Escolar de Alunos Autistas: Uma Revisão Sistemática”, apontam para o papel crucial das metodologias ativas, transcendentais à mera transmissão de conhecimento, ao fomentar habilidades como liberdade, tolerância e espírito crítico.

O estudo é fruto de uma pesquisa abrangente conduzida em parceria com pesquisadores de diversas instituições do Brasil, entre eles, o pesquisador Thiago José Francisco, egresso do curso de Pós-Graduação lato sensu em Docência na Educação Profissional e Tecnológica do Centro de Referência em Formação e Educação a Distância (Cead) do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG).

Percursos do conhecimento e da inclusão

A metodologia do trabalho se deu por meio de revisão sistemática, reconhecida por uma abordagem rigorosa e estruturada na análise de estudos relevantes sobre um determinado tema. Para tanto, os autores fizeram um levantamento de artigos brasileiros publicados entre 2019 e 2023 nas plataformas Scielo e Google Acadêmico.

Conforme explica o próprio artigo, as metodologias ativas são abordagens pedagógicas que colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem, estimulando sua participação ativa, autonomia e construção do conhecimento. Elas buscam ir além das tradicionais estratégias de ensino, proporcionando um ambiente que promove a participação ativa e a autonomia dos estudantes, reconhecendo a singularidade de cada um.

As conclusões do trabalho destacam o impacto positivo das metodologias ativas na autonomia, acessibilidade e integração social dos alunos autistas, destacando a importância da formação profissional alinhada à inclusão e o engajamento colaborativo entre estudantes, professores e famílias.

O egresso do IFNMG complementa afirmando que os resultados da pesquisa podem contribuir significativamente para a compreensão do universo dos alunos autistas, promovendo uma inclusão mais efetiva. “A publicação destaca as metodologias ativas e seu papel na inclusão escolar, oferecendo insights valiosos para a melhoria do ensino destinado a alunos autistas. Compartilhar essas descobertas com a comunidade escolar é uma forma de contribuir para o enriquecimento das práticas educativas, fortalecendo o compromisso institucional com a excelência acadêmica”, pontua o estudioso.

Na conclusão do artigo, os pesquisadores ressaltam que, por meio do estudo realizado, é possível perceber “que não há uma abordagem única e universalmente eficaz para todos os alunos autistas. A diversidade presente no espectro autista demanda a personalização e adaptação contínua das práticas educativas, enfatizando a necessidade de sensibilidade à subjetividade de cada aluno”.

O texto sintetiza, por fim, que as metodologias ativas, combinadas com tecnologia e uma abordagem personalizada e sensível, surgem como elementos essenciais na criação de um ambiente educacional mais inclusivo, flexível e acessível. “Essas abordagens não apenas promovem a inclusão efetiva de alunos autistas, mas também contribuem para o desenvolvimento integral desses estudantes, reconhecendo e respeitando as singularidades presentes no espectro autista”, concluem os pesquisadores que assinam a publicação. (ANDREIA PEREIRA)