Estado reforça cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos - Rede Gazeta de Comunicação
Estado reforça cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos

GIRLENO ALENCAR

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros está orientando os municípios para a importância de manterem a população informada sobre os cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos. Nos cinco primeiros meses deste ano, nos 54 municípios que compõem a área de atuação da SRS já foram notificados 2.151 acidentes que provocou a morte de seis pessoas. Em todo o ano passado foram registrados 6.670 acidentes e 11 óbitos.

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que “é importante que os serviços de vigilância em saúde dos municípios mantenham a população informada sobre a necessidade de manterem seus quintais e domicílios limpos, a fim de reduzir as possibilidades de esconderijo de animais e, com isso, evitar a ocorrência de acidentes e óbitos”, orienta.

Agna Menezes lembra que “acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão devido ao calor, umidade e período de reprodução. Mas, nos demais períodos do ano os acidentes também ocorrem e, por isso, manter a higiene e limpeza dos ambientes também é fundamental, uma vez que lixo e entulho podem servir de abrigo para muitos destes animais. Além disso, funcionam como chamariz para alimentação. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações”, observa Agna Menezes.

Dados contabilizados pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), coordenado pelo Ministério da Saúde, aponta que dos 6.670 acidentes com animais peçonhentos registrados na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, 14 municípios concentraram a maioria dos casos: Montes Claros (2.636); Bocaiuva (464); Salinas (355); Porteirinha (352); Jaíba (283); Coração de Jesus (265); Francisco Sá (157); Espinosa (136); Mirabela (120); São João do Paraíso (97); Taiobeiras (94); Janaúba (93); Monte Azul (91) e Capitão Enéas (90).

Em 2020 a maioria dos acidentes com animais peçonhentos foi com escorpiões, totalizando 5.916 notificações; serpentes, 219; abelhas, 149; aranhas, 118 e lagartas, 58. Outros 161 acidentes envolveram outros tipos de animais peçonhentos. Dos onze óbitos ocorridos em 2020, nove foram causados por picadas de escorpiões: três casos registrados em Janaúba; dois em Montes Claros e uma notificação nos municípios de Bocaiuva; Coração de Jesus; Rubelita e Vargem Grande do Rio Pardo. Um óbito foi causado por serpente, em Santa Cruz de Salinas e um por abelhas, no município de Montezuma.

Por outro lado, nos cinco primeiros meses deste ano sete municípios concentram a maioria dos 2.151 casos notificados pelo Sinan envolvendo acidentes com animais peçonhentos: Montes Claros (789); Bocaiuva (170); Salinas (114); Coração de Jesus (89); Porteirinha (85); Jaíba (83) e Francisco Sá (57). Neste ano os acidentes com escorpiões continuam predominando na área de atuação da SRS de Montes Claros, totalizando 1.821 notificações e quatro óbitos oficialmente notificados pelo Sinan em Salinas; Montes Claros, Jaíba e Curral de Dentro. O Sinan também aponta que, neste ano, do total de acidentes com animais peçonhentos, 87 envolveram serpentes; 69 lagartas com ocorrência de dois óbitos em Cristália e Bocaiuva; 59 acidentes com abelhas; 58 com outros animais e 38 com aranhas.

Especialista fala sobre medida para evitar ataques

O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando algumas medidas para prevenção: usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho antes de usá-las; afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; não acumular entulhos e materiais de construção; limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas. Para proteção individual a dica é, no amanhecer e no entardecer evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade. Não mexer em colmeias e vespeiros.

Em 2019 a Superintendência Regional de Saúde criou 18 polos para atendimento de pessoas vítimas de animais peçonhentos. O objetivo é agilizar os tratamentos e, com isso, reduzir as possibilidades de ocorrência de óbitos. Além de evitar o desabastecimento de soro nas microrregiões de saúde, a definição dos polos estratégicos levou em consideração informações epidemiológicas e geográficas. Com isso, além do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF) sediado em Montes Claros, outras 17 unidades hospitalares de referência na região passaram a ter disponibilidade de soro. Elas estão sediadas nos seguintes municípios: Bocaiuva; Coração de Jesus; Espinosa; Grão Mogol; Francisco Sá; Jaíba; Janaúba; Mato Verde; Mirabela; Monte Azul; Montezuma; Ninheira; Porteirinha; Rio Pardo de Minas; São João do Paraíso; Salinas e Taiobeiras.

Em caso de acidente com animais peçonhentos a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente. Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo, cor, tamanho, entre outras. Se possível, lave o local da picada com água e sabão; mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada a um serviço de saúde. Agna Menezes alerta que em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, a vítima deve retirar acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados. Não amarre (torniquete) o membro acometido e, muito menos, corte ou aplique qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada. Não tente ‘chupar o veneno’, pois essa ação apenas aumenta as chances de infecção local. (GA)

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