Especialista fala sobre prevenção à enxaqueca - Rede Gazeta de Comunicação

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Especialista fala sobre prevenção à enxaqueca

JOYCE ALMEIDA

Dores de cabeça atinge uma grande gama de pessoas, principalmente a população jovem. A enxaqueca é uma complicação que afeta a qualidade de vida, deixando o indivíduo com hipersensibilidade a luz, barulhos que provocam as fortes dores de cabeça.

O neurologista Rodrigo Silveira é especialista no assunto esclarece sobre o que é esse tipo de dor de cabeça e como ela pode ser tratada. “A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça e disputa com a cefaleia tensional, pódio das dores de cabeça mais comuns. Existem algumas características que são clássicas da enxaqueca, como por exemplo, uma dor tipicamente pulsátil, sobretudo de um lado da cabeça. Surge uma sensibilidade aumentada à luz, barulho, cheiro forte. Em geral são dores de moderada a forte intensidade e podem acontecer em vários lugares da cabeça, mas costuma ser localizada no mesmo local”, explica.

Apesar de poder atingir qualquer pessoa, o neurologista destaca que a incidência de enxaqueca é mais comum entre o público feminino. “A enxaqueca é mais comum em mulheres devido à influência hormonal, principalmente em mulheres da faixa etária mais jovem, entre o período menstrual até logo antes ou imediatamente após a menopausa. O desenvolvimento da enxaqueca está relacionado à uma condição mais familiar/genética, por exemplo, a avó ou a mãe, e esse paciente acaba tendo também. A mulher tem uma grande influência do período menstrual, pois é relativamente comum se observar que nos dias que antecedem essa fase, a paciente venha a evoluir dores do tipo enxaqueca que se resolvem dentro de cinco dias ou uma semana”, afirma.

As crises de enxaqueca muitas vezes são muitos intensas, inviabilizando a pessoa a realizar qualquer atividade, principalmente trabalhar. “Sabemos que a enxaqueca, mundialmente falando, é uma das principais causas de afastamento do trabalho, porque por vezes a dor é incapacitante e pode vir acompanhada de alguns sintomas, chamados de ‘aura’ que atrapalham bastante a qualidade de vida. Pode ter, desde pequenas escotomas que são pontinhos brilhando na vista, bem como os escotomas negativos que são pontinhos pretos na vista; como perda parcial da visão de forma transitória e até mesmo, por vezes, ocorre a fraqueza de metade do corpo, também de forma transitória”.


Enxeque apresenta características específicas

Sabendo-se que a enxaqueca tem características específicas, nem todo paciente sofrerá com os mesmos sintomas, e chamam atenção quando existe uma mudança no padrão da dor ou então quando existe uma mudança da intensidade de dor, segundo o profissional. “Então se a pessoa nunca teve fraqueza de metade do corpo antes da dor de cabeça chegar que seria aura hemiplégica tida pela primeira vez, se deve procurar ajuda médica. Ou então, quando é a primeira vez que se tem uma dor de cabeça do tipo enxaqueca e ela é de forte intensidade, e nunca se teve uma dor com aquela, deve também procurar um serviço de emergência. E ainda quando se tem uma dor de cabeça que seja muito incapacitante ou muito frequente pois precisa de tratamento”, orienta.

O especialista explica ainda que a enxaqueca é uma condição que o paciente leva por quase por toda a vida, se ela ter início na infância. Bem como as mulheres deixam de ter as crises após a menopausa. “A ‘cura’ acontece de forma peculiar no público feminino, como existe essa associação com o período menstrual, quando a mulher entra na menopausa essa dor de cabeça some. Costuma ser a única causa de ‘cura’, até porque a enxaqueca tem esse componente hormonal. Mas se não houver essa ligação direta com relação ao público feminino, a dor de cabeça pode perdurar ao longo da vida. Sabemos que o período da adolescência e jovem/adulto é quando mais se tem crises. A tendência da dor é conforme o indivíduo vai ficando mais velho, essas dores tendem a ficar menos intensas e também mais espaçadas, melhorando a intensidade e a frequência de ocorrência dessas crises”.

O neurologista explica que não tem como prevenir o surgimento da enxaqueca, mas tem como prevenir as crises e trata-las com medicação adequada. “Para quem já teve enxaqueca, algumas condições no dia a dia podem auxiliar na prevenção das crises, isso inclui: atividades físicas de forma regular; hidratar-se de forma adequada; não fumar; ter uma alimentação balanceada, sobretudo, que seja pobre em alimentos pró-inflamatórios, como por exemplo, os embutidos, defumados; não ficar muito tempo em jejum; porque são condições que deflagram crise. Também é importante ter uma noite de sono de qualidade com o tempo adequado, porque a privação de sono e o acumulo de estresse também favorecem o surgimento de crise. O tratamento da enxaqueca pode ser tanto agudo quanto profilático, ou seja, medicamentos que tirem a dor na hora, quanto remédios que previnam que essa dor venha. Por vezes, essa prevenção pode acontecer com antidepressivos, anticonvulsivantes, betabloqueadores, bloqueadores de canal de cálcio. E recentemente, temos visto o surgimento dos anticorpos monoclonais com bons resultados para as dores”, conclui. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)

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