Modalidade vem ganhando destaque no mercado e conquistando um novo olhar dos estudantes
Com a pandemia do novo coronavírus, o país vive um processo de transformação digital e a educação sentiu em peso essa mudança. Neste novo cenário, a rotina e os hábitos mudaram, o trabalho e os estudos passaram do presencial para o remoto e tudo foi adaptado a uma nova realidade. Nos últimos anos, a educação à distância tem apresentado uma tendência de crescimento gradual e, sem a possibilidade do presencial durante o isolamento social, essa modalidade ganhou destaque; o aumento pela busca da EAD cresceu 30%, segundo dados da Associação Brasileira da Educação a Distância (ABED). “Houve um aumento de matrículas nos cursos EAD em várias instituições. Esse aumento já estava ocorrendo antes da pandemia como foi observado no Censo de Educação Superior publicado pelo INEP, em 2020. No último Censo, a EAD já representava 50,7% das matrículas de ingressantes nas Instituições privadas de Educação Superior. Em termos de matrículas gerais, a EAD representa 35% de todas as matrículas da Educação Superior” revela Carlos Fernando Araújo, que é diretor de Relações Nacionais da Associação Brasileira de Educação a Distância.
De acordo com a ABED, o ensino a distância aumentou pela flexibilidade que a modalidade permite, pois é o aluno que estabelece o seu ritmo de estudo, o horário e o local. Os fatores financeiros também foram determinantes para essa ampliação, já que as mensalidades costumam ser mais baratas que os cursos presenciais e, no momento, economizar se tornou o item número um na lista dos brasileiros. Outro benefício foi o tempo que o isolamento social proporcionou ficando mais fácil conciliar as atividades sem sair de casa e muitos aproveitaram para aperfeiçoar o currículo e tirar um tempo para se dedicar aos estudos.
Segundo a Pró-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão de uma instituição de Montes Claros, Thalita Pimentel, a modalidade de ensino e o potencial que a educação à distância tem de alta qualidade. Portanto, mesmo após a superação da crise econômica e de saúde causada pela Covid-19, cada vez mais os cursos à distância têm se tornado a escolha dos alunos. “Por muito tempo existiu o preconceito sobre a modalidade, ainda temos pessoas que não acreditam na capacidade do profissional formado pela educação à distância. Com a pandemia, houve uma adaptação da educação como um todo; toda a comunidade acadêmica teve que se adequar ao ensino remoto e aprender a utilizar os recursos tecnológicos disponíveis. Então, o EAD ganhou um destaque muito grande e o fato é que essa é a nova realidade, a educação não é mais a mesma; as instituições de ensino superior (IES) devem pensar em abrir oportunidades para este ensino e acompanhar os avanços que foram acelerados com a pandemia”, afirmou a coordenadora.
A professora Maria Kesano ministra aulas há mais de 13 anos como tutora no ensino a distância; para ela, a educação não será mais a mesma e, por isso, é hora de pensar em um ensino cada vez mais flexível. “As IES devem abandonar as soluções ‘caseiras’ e olhar para o mercado de tecnologia, que está em expansão, bem como investir na capacitação docente para o novo modelo de aulas e produção de conteúdo. O aluno deve ser cada vez mais o protagonista dos seus estudos, e os conteúdos disponibilizados pelas faculdades devem estimular a busca do estudante pela aprendizagem”, concluiu.
A estudante Ellen Kariny cursa administração na modalidade EAD e enfatiza que escolheu esta opção pelas vantagens que o ensino permite. Na pandemia, ela conta que não mudou muito a rotina das aulas. “O estudo em EAD me permite muita flexibilidade e não conseguiria fazer uma graduação se fosse 100% presencial. Durante a pandemia, as atividades ficaram ainda mais difíceis, mas com os estudos foi tranquilo, pois eu já estava acostumada ao formato e tive mais tempo para me dedicar. Foi preciso se adaptar a trabalhar e estudar em formato online e ficar em frente ao um computador praticamente o dia inteiro”, concluiu.
A ABED ressalta que a educação à distância apresenta várias vantagens sobre a educação tradicional: o ensino online é o caminho que muitos alunos estão percorrendo para buscar qualificação profissional e um diploma. Com todos os recursos tecnológicos, é preciso oferecer aos acadêmicos um ensino de qualidade. “Hoje, com tantas ferramentas digitais, é possível visitar um museu do outro lado do mundo, fazer uma viagem dentro do corpo humano, viajar para o espaço. A pandemia foi um fator bastante relevante para “revelar” à sociedade o potencial formativo da educação à distância, que é possível estudar a distância de forma interativa, com o uso destes recursos tecnológicos”, afirmou Carlos Fernando. (RAYHANNE TALLIS – Colaboradora)
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