Energia solar chega a 5 milhões de imóveis no Brasil e salta 42% em 1 ano - Rede Gazeta de Comunicação

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Energia solar chega a 5 milhões de imóveis no Brasil e salta 42% em 1 ano

Gil Pereira: “Minas Gerais lidera volume de unidades atendidas pela geração própria solar (GD), com mais de 900 mil”

A chamada geração distribuída (GD) de energia solar atingiu a marca de 5 milhões de imóveis no país. Trata-se da energia gerada pelos próprios consumidores perto do local de consumo, por meio de painéis em telhados e pequenos terrenos: crescimento de 42,86% entre 2024 e 2025.

“Minas aparece em primeiro no volume atendido pela geração própria solar, com mais de 900 mil unidades consumidoras (UCs). Na sequência, estão São Paulo, com 756 mil, e Rio Grande do Sul, com cerca de 468 mil. Mais de uma década atrás, identificamos o excelente potencial do nosso Estado, e sobretudo da nossa região, para a geração de energia solar, e criamos a Lei da Energia Fotovoltaica de MG, de minha autoria, com os incentivos necessários para atrair os investimentos”, destacou o deputado Gil Pereira.

Presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa (ALMG), o parlamentar se refere à luta que tem travado há mais de 10 anos pela inovadora legislação mineira de incentivo ao setor, com leis de sua autoria, especialmente a de nº 22.549/17, primeira no país, que isenta de ICMS usinas até 5 MW, beneficiando sistemas de pequeno e médio portes.

Residências e comércios

Entre as unidades consumidoras abastecidas pela geração distribuída, residências lideram o uso da tecnologia no país, com 69,2% do total de imóveis, seguidas pelos comércios (18,4%) e propriedades rurais (9,9%).

Entre janeiro e março, período marcado pela onda de calor que elevou o consumo de energia, foram instalados mais de 147 mil sistemas solares pelos consumidores, que passaram a abastecer cerca de 228,7 mil imóveis, em total de 1,6 gigawatt (GW) adicionado, apontou estudo da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar).

Transição energética

A geração fotovoltaica evitou a emissão de cerca de 66,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade, contribuindo para a transição energética no país.

O setor trouxe ao Brasil mais de R$ 251,1 bilhões em novos investimentos e 1,6 milhão de empregos, contribuindo com mais de R$ 78 bilhões em receitas, investidos em saúde, educação e infraestrutura nos municípios.

O número de imóveis abastecidos com geração própria de energia solar mais que dobrou entre 2023 e 2025: em março daquele ano, eram 2,4 milhões de unidades consumidoras acumuladas (UCs); no ano passado, 3,5 milhões; e neste ano, 5 milhões.

Desafios

Entretanto, o setor enfrenta gargalos apontados pela Absolar: falta de ressarcimento aos empreendedores pelos cortes compulsórios de geração renovável (curtailments), o que traz “insegurança jurídica e maior percepção de risco”, além de barreiras à conexão de pequenos sistemas de geração própria solar (GD), sob a alegação de inversão de fluxo de potência, sem que haja estudos técnicos que comprovem as eventuais sobrecargas na rede.

A participação da geração própria solar ainda é de apenas 5%, frente às 93,9 milhões de unidades consumidoras (UCs) de energia elétrica no mercado cativo brasileiro.

“Com a queda de mais de 50% no preço dos painéis solares nos últimos dois anos, vivemos o melhor momento para se investir em sistemas fotovoltaicos em residências, empresas e propriedades rurais. E ainda há enorme potencial de crescimento do uso da tecnologia fotovoltaica”, ressaltou Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da entidade nacional.

A geração de energia solar chegou a 37,4 GW de potência instalada no país. Considerando, também, a capacidade de grandes usinas fotovoltaicas conectadas, de 17,6 GW, a fonte solar alcançou 55 GW no Brasil. Isso representa 22,2% da matriz elétrica brasileira (250 GW), o que lhe confere a posição de segunda maior fonte do país, atrás da hidrelétrica (44,6%) e à frente da eólica (13,4%).