CARLOS HENRIQUE MENCACI
Presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios
Vários empresários me perguntam se contratar estagiários é benéfico para as suas corporações. Sempre ressalto o quanto é proveitoso, não só para a contratante, mas também para o estudante. Consequentemente, esse grande potencial de inserção da população jovem no mercado favorece o desenvolvimento da economia brasileira e da educação, incidindo contra a evasão escolar e propiciando poder de compra para quem chega agora. Por isso, as organizações possuem diversos incentivos.
Por que o estágio é tão importante para o desenvolvimento do país?
Segundo levantamento da Pnad-Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desocupação em outubro de 2022 alcançou a 8,9%. Com a pandemia, a parcela entre 18 a 24 anos foi a mais afetada, chegando a praticamente dobrar em comparação com o cenário geral de desemprego nacional.
O objetivo da iniciativa é garantir a entrada dos discentes em suas devidas profissões, escolhidas ainda na escola. Dessa forma, terão oportunidades de traçar um caminho de conquistas e construírem uma carreira de sucesso. Isso porque o intuito é conciliar os ensinamentos teóricos das salas de aula com os práticos, apenas vivenciados no meio corporativo.
Para resguardar os estudos dos participantes, a Lei de Estágio, nº 11.788/2008 traz cláusulas bem diferentes da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), por exemplo. Em seu primeiro artigo, já define o propósito: “Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos”.
Ou seja, segundo a norma, só está apto quem tiver pelo menos 16 anos e estiver matriculado no ensino médio, técnico, superior ou nos dois anos finais do nível fundamental pelo EJA (Educação de Jovens e Adultos). Dessa forma, além da capacitação profissional, o integrante também garante o aprendizado acadêmico em conjunção com o empírico. Aqui, o empreendimento ganha muito, pois isso favorece o aprimoramento de várias qualificações bem vistas, sejam elas técnicas ou comportamentais.
Sempre defendo como essa moçada é o futuro da nossa nação. Por isso, precisamos zelar por suas jornadas, dando oportunidade para participar ativamente da sociedade. Do contrário, o amanhã pode não ser tão promissor quanto esperamos. De acordo com dados da Abres (Associação Brasileira de Estágios), atualmente, temos 17,2 milhões de possíveis estagiários quando consideramos a soma dos níveis superior, médio e técnico. Porém, desse número, apenas 5,2% conseguem, de fato, uma chance. Precisamos voltar nossos olhares para esse grupo e favorecer o desenvolvimento, só assim construiremos um Brasil com força total!
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