Economizando energia no setor comercial - Rede Gazeta de Comunicação
Economizando energia no setor comercial

LEANDRO SOLARENCO

Engenheiro, especialista em projetos e master coach

O gasto com energia elétrica pesa muito no bolso do comerciante. Dos quatro pilares de cargas energéticas de um estabelecimento, divididos em iluminação, aquecimento de água (piscinas e chuveiros) e cargas fixas (computador e eletrônicos em geral), o principal vilão costuma ser o ar-condicionado. O sistema de refrigeração de uma empresa geralmente custa mais da metade do que todos os outros itens. Mas é possível otimizar gastos e obter mais eficiência nos equipamentos analisando dois aspectos: a política de uso e o desempenho de cada um deles.

No caso do ar-condicionado, é preciso monitorar diversas questões, como observar se o equipamento é ligado só quando se necessita, se é usado na temperatura correta, se há um padrão de utilização, identificar qual a temperatura ideal para o tipo de negócio em que é usado, se em dias quentes e frios a temperatura é a mesma, se é utilizado nas mesmas condições de uma área de conforto e área de produção. Todos esses aspectos vão fazer muita diferença na hora de pagar a conta.

O desempenho do ar-condicionado é outro fator a ser observado. Em analogia a um carro, o ar-condicionado também consome mais energia ao operar com peças danificadas. Uma boa forma de medir isso é comparando a temperatura ambiente com a de saída do ar-condicionado, que costuma ser 10 graus a menos. Caso haja discrepância nessa temperatura, pode ser um sinal de problema.

Esse critério também se aplica na área de iluminação. É interessante contar com sensores para que a luz ative apenas quando necessário. O desempenho da lâmpada pode ser medido por meio de critérios técnicos, especialmente relativo a cores, que favorecem determinados ambientes. Em escritórios, por exemplo, a lâmpada fria é recomendada, já em ambientes de conforto, luz quente. Também é ideal substituir lâmpadas fluorescentes ou incandescentes por lâmpadas de LED, que entregam iluminação melhor, a menor custo e fazer a distribuição das lâmpadas para iluminar o máximo com o mínimo compatível para tal. Por último, observar se a proporção de lumens por watt é a mais eficiente possível.

No aquecimento de águas não é diferente. Os dois critérios também são os mesmos (política e desempenho). Na política de uso, é preciso conhecer o público e a atividade exercida, conhecer e padronizar a temperatura confortável para piscina e para chuveiros. Estes, sendo ativados por molas, ao invés de registros, para evitar desperdícios, usando inclusive a energia solar por meio de dispositivos chamados termoboilers que acumulam água quente por meio da luz do sol.

Diante dessas orientações, como gerenciar isso de maneira geral? É importante saber que aquilo que a gente não consegue mensurar, também não consegue gerenciar. Portanto estabelecer uma cultura de uso com regras as quais não podem ser burladas é imprescindível para garantir que só se utilize os equipamentos enquanto necessário. Também é importante adotar sistemas de monitoramento online, que podem ser aplicados nos quatro pilares do consumo e sua automatização garantindo que a política de uso seja cumprida da maneira mais eficiente possível.

Já o desempenho está estritamente ligado à manutenção e controle, e a forma mais eficiente conhecida hoje é por meio de sistema de telemetria que mede o desempenho do equipamento em tempo real, garantindo assim uma excelente cultura de uso e melhor desempenho, emitindo sinais todas às vezes que for necessária alguma intervenção.

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