É preciso reaprender a aprender - Rede Gazeta de Comunicação

PUBLICIDADE

É preciso reaprender a aprender

FLORA ALVES

CLO da SG – Aprendizagem Corporativa e idealizadora do Trahentem

A frase pode parecer batida, porém mais do que nunca precisamos revisitar o que significa o termo aprender. O futuro da educação como um todo ainda é “perturbador”.

Assim como em todas as outras áreas da nossa vida, a pandemia teve um grande impacto, sobretudo no que diz respeito à digitalização. Vamos usar como exemplo os universitários. Nem todas as universidades estavam prontas para oferecer o ensino digital de qualidade, assim como nem todos os alunos estavam prontos com dispositivos adequados e acesso à internet para conseguirem também se engajarem de maneira ativa nesse ensino. Então aquele gap que já existia, no sentido do que é ensinado em sala de aula estar desalinhado com o que é visto no dia a dia corporativo, se tornou ainda maior. 

Sim, perdemos muito no que diz respeito ao consumo do conteúdo em si e perdemos muito também do convívio e da relação social e da aprendizagem significativa que acontece, sobretudo, por meio desse convívio. Porém, os impactos não foram somente negativos.

Temos um volume gigantesco de conteúdos digitais de qualidade disponíveis para aprendermos. O que precisamos fazer é a correta curadoria dessas informações e termos conhecimento sobre a aprendizagem autodirigida, que é um modelo no qual o próprio indivíduo identifica suas necessidades de estudo e cria métodos para absorver o conteúdo.

E é claro que a falta de convivência social faz com que no futuro os profissionais tenham mais dificuldades para o engajamento presencial nos ambientes de trabalho. Por outro lado, não podemos ignorar que a falta de convivência social nos levou a aprendermos a nos relacionar por meios digitais.

Para pessoas que vão se relacionar com profissionais que estão em outros países, em outros fusos horários, em outras culturas, existe também um ganho muito grande, por conta dessa grande aprendizagem que tivemos de utilização de novas tecnologias para esse nosso convívio social e o desenvolvimento das soft skills.

Mas e os danos? Esse é o grande desafio e acredito que todos nós estamos em busca dessa resposta. O que eu posso adiantar é que para reduzir danos precisamos reaprender a aprender. Os ambientes de troca, compartilhamento e crescimento coletivo são importantíssimos nesse processo, porém temos que ter como certeza que o protagonista é o aprendiz. Nós devemos ser os protagonistas dessa mudança. Nós precisamos nos dar conta da importância que esse aprendizado tem para a nossa vida e para as nossas carreiras. Precisamos ser os verdadeiros protagonistas dos nossos processos de aprendizagem. Temos a tecnologia disponível e a informação de toda e qualquer disciplina disponível a custo zero, mas nós como facilitadores temos que ser o guia dessa curadoria e ajudar o aprendiz a descobrir o caminho da aprendizagem autodirigida, de como melhor caminhar nessa trilha de aprendizagem.

E além de sermos verdadeiros guias quanto à aprendizagem dirigida, nós como especialistas em aprendizagem, também precisamos preparar os profissionais para que saibam criar um ambiente favorável de aprendizagem. Todo momento é momento de aprender. Mas, neste caso, precisamos de um ambiente desafiador e inovador, ao ponto de estimular as pessoas com curiosidade e motivação para continuar aprendendo, sempre!