A disputa do Pequi como fruto-símbolo do Cerrado, travada entre os estados de Minas Gerais, Goiás e Tocantins, foi o tema de discussão de debate ontem na internet no debate “Pequi, um patrimônio disputado”, que terá como um dos participantes o professor Rômulo Soares Barbosa, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O evento é uma iniciativa do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro/Goiás, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege) e da Associação Brasileira de Antropologia (ABA). A coordenação é da professora Maria Geralda de Almeida, do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA), da Universidade Federal de Goiás (UFG).
As discussões poderão ser acompanhadas pelos canais do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro e da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, no YouTube.
MONTES CLAROS, CAPITAL NACIONAL DO PEQUI – O deputado federal Marcelo Freitas (PSL-MG) entrou com um projeto de lei na Câmara dos Deputados para que Montes Claros receba o título de ‘Capital Nacional do Pequi’, tendo em vista a importância econômica e cultural do fruto-símbolo no município e do Norte de Minas, onde é produzido em larga escala. Na sequência, o deputado federal José Nelto (Podemos-GO) apresentou proposta para que o ‘pequi goiano’ seja declarado ‘patrimônio cultural, ambiental e ecológico nacional’.
Por sua vez, o senador Eduardo Gomes (MDB) de Tocantins, apresentou outro projeto-de-lei no Senado para transformar o pequi “em patrimônio cultural imaterial do Brasil”. O senador argumenta que o pequi “está nos costumes dos territórios de Goiás e Tocantins desde quando formavam apenas um só estado”. Além do representante do Departamento de Ciências Sociais da Unimontes, o debate “Pequi, um patrimônio disputado” contará com a participação das professoras Izabela Tamaso, da Faculdade de Ciência Sociais (FCS) da UFG, e Eli Regina Barboza de Souza, da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
O professor Rômulo Soares Barbosa enfatiza que o evento terá uma discussão de suma importância sobre o pequi para Goiás e para Minas Gerais. “O pequi tem grande importância, principalmente, para o Norte de Minas, tanto em termos socioeconômicos, quanto gastronômicos e culturais. E tem o contexto de disputa de Minas e Goiás sobre a ‘capital do pequi’, ou seja, sobre a centralidade do pequi como patrimônio”, afirma o professor da Unimontes.
Ele ressalta que o fruto-símbolo do cerrado envolve milhares de famílias catadoras da zona rural e também da área urbana de pequenos municípios norte-mineiros. “Além disso, existem associações e cooperativas que processam, vendem o pequi e os produtos derivados. Há ainda o Programa Pró-Pequi que estimula a conservação ambiental dos pequizeiros e a organização produtiva dos coletores”, relata o professor Rômulo Soares Barbosa. (GA)
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