No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, o apelo por um mundo mais inclusivo e livre de preconceitos ganha força. Apesar dos avanços no tratamento e na conscientização, o estigma contra pessoas vivendo com HIV ainda é uma barreira significativa, não apenas para a qualidade de vida dessas pessoas, mas também para o combate à epidemia.
A desinformação sobre a transmissão do vírus e o preconceito alimentam o isolamento social, dificultam o acesso a serviços de saúde e geram impactos emocionais severos. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam discriminação diariamente, mesmo em ambientes como trabalho, escola e família.
Informação é o melhor antídoto
Uma das principais formas de combater o preconceito é esclarecer como o HIV é transmitido. O vírus não é passado pelo toque, abraços, beijos, compartilhamento de utensílios ou uso do mesmo banheiro. Ele é transmitido por meio de fluidos corporais específicos, como sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno.
O avanço da ciência trouxe a terapia antirretroviral (TARV), que permite que pessoas vivendo com HIV alcancem uma carga viral indetectável. Isso significa que elas não transmitem o vírus para outras pessoas — um conceito conhecido como *indetectável = intransmissível* (I=I).
Com a TARV, uma pessoa com HIV pode viver tão bem quanto alguém sem o vírus. O preconceito, e não o HIV, é o que mais compromete sua qualidade de vida”, destaca a infectologista Dra. Camila Marques.
A Luta é de todos
Campanhas educativas têm se mostrado essenciais para desconstruir mitos. Em escolas, o debate sobre sexualidade e saúde reprodutiva ajuda a formar uma geração mais consciente e respeitosa. No ambiente de trabalho, políticas de diversidade e inclusão são cruciais para evitar a discriminação.
Pessoas vivendo com HIV também têm direitos garantidos por lei no Brasil. A discriminação pode configurar crime e ser denunciada às autoridades competentes.
Empatia e respeito salvam vidas
Além da informação, a empatia é fundamental. As palavras e atitudes podem ter um impacto profundo. Frases como *“Você tem HIV, mas não é o HIV”* reforçam que ninguém deve ser definido por uma condição de saúde.
Como Participar?
Organizações como o UNAIDS, ONGs e secretarias de saúde promovem ações educativas, testes rápidos e rodas de conversa. Todos são convidados a participar, seja divulgando informações corretas, oferecendo apoio ou sendo um agente contra o preconceito em seu círculo social.
Em 2024, o tema escolhido pela UNAIDS é “Igualdade Para Todos”, com o objetivo de destacar a importância de eliminar barreiras, combater a discriminação e garantir que todas as pessoas tenham acesso igualitário à saúde.
O HIV é um vírus, não uma sentença. A verdadeira doença que precisamos erradicar é o preconceito”, resume Tiago Souza, ativista e portador de HIV há 12 anos.
Dizer não ao preconceito é um compromisso com a dignidade humana. Informe-se, eduque e seja parte da mudança.
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)