Dia de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla: aumento de casos preocupa especialistas - Rede Gazeta de Comunicação

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Dia de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla: aumento de casos preocupa especialistas

No Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, celebrado em 30 de agosto, é crucial conscientizar a sociedade sobre essa complexa condição neurológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A esclerose múltipla é uma doença autoimune crônica do sistema nervoso central que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. 

A doença ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca a mielina, a substância que envolve e protege as fibras nervosas no sistema nervoso central. Isso resulta em inflamação e danos à mielina, causando interrupções na comunicação entre as células nervosas. Os sintomas da esclerose múltipla podem variar amplamente e incluem fadiga, fraqueza muscular, dificuldades de coordenação, problemas de visão e até mesmo problemas cognitivos e emocionais.

Prevalência global e no Brasil

Estima-se que mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetadas pela doença, com mais de 40 mil casos no Brasil, sendo a maioria entre adultos jovens, com idades entre 20 e 40 anos. Além disso, há uma predominância maior de casos em mulheres do que em homens, com uma proporção de aproximadamente 3 mulheres para cada 2 homens.

Aumento de casos e causas potenciais

Nos últimos anos, tem sido observado um aumento no número de casos de esclerose múltipla em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Esse aumento tem levantado preocupações e desafiado pesquisadores a investigar suas causas subjacentes.

Na FIDI – Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem, instituição filantrópica de saúde que realiza mais de 5 milhões de exames por imagem anualmente -, o número de achados nos exames, que podem indicar a doença após a confirmação por meio de outros indicadores, vem aumentando ano a ano.

Em 2020, eram realizados 209 exames para cada achado, o que significa quase 0,05% dos exames realizados. Já em 2023, este número praticamente dobrou, superando 0,1% dos exames realizados, com um achado para cada 99 exames. 

“Não existe um único fator de risco para a doença, mas uma combinação de fatores associados que podem predispor ou atuar como gatilho, como predisposição genética, infecções virais, baixos níveis de vitamina D, exposição ao tabagismo, obesidade”, explica a Dra. Ivanete Minotto, médica radiologista e gerente médica da FIDI.

Diagnóstico

De acordo com a radiologista, os principais exames para detecção da esclerose múltipla são a ressonância magnética e a coleta de líquor. Outros exames laboratoriais, como exames de sangue, também são realizados, principalmente para afastar outras etiologias que possam levar a um padrão clínico ou de imagem semelhantes.

“Exames de imagem têm papel essencial no diagnóstico da esclerose múltipla, principalmente a ressonância magnética de crânio e coluna, a qual tem maior especificidade no mapeamento das lesões, auxiliando no diagnóstico, na exclusão de outras doenças com características semelhantes, auxiliando a avaliar a eficácia do tratamento, progressão ou estabilização da doença, entre outras funções”, completa a Dra. Ivanete Minotto.

O principal desafio relacionado ao diagnóstico da doença é a diferenciação de outras enfermidades desmielinizantes. “Por isso, a descrição do quadro clínico é muito importante. Fazer o acompanhamento do número de lesões, identificando o surgimento de novas lesões ou a presença de lesões ativas, é fundamental para a confirmação do diagnóstico, para avaliar a forma da esclerose múltipla e para avaliar a eficácia do tratamento. Para isso é necessário sempre realizar a comparação com exames anteriores”, explica a Dra. Minotto.

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