Nesta segunda-feira, 9 de dezembro, o Sindicato Rural de Montes Claros, em parceria com a Embrapa e o Instituto CNA, realizou mais um Dia de Campo do Projeto Forrageiras para o Semiárido. O evento reuniu cerca de 100 participantes, entre técnicos, produtores rurais e acadêmicos, que tiveram a oportunidade de conhecer os resultados preliminares do primeiro ano da pesquisa.
O projeto avalia quatro variedades de gramíneas quanto à resistência ao clima do semiárido e ao pisoteio animal, com o objetivo de identificar alternativas sustentáveis para a alimentação de gado de corte e de leite. Durante o evento, foram apresentados os avanços das pesquisas, além de orientações sobre manejo de solo e pastagem. Os participantes também visitaram os piquetes experimentais, onde as gramíneas estão sendo cultivadas.
O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Alexandre Rocha, destacou a relevância do projeto para a região do Norte de Minas, conhecida por suas condições climáticas desafiadoras. “Iniciativas como essa são fundamentais para garantir a sustentabilidade da pecuária no semiárido, proporcionando aos produtores rurais alternativas viáveis para enfrentar os períodos de estiagem e melhorar a produtividade de forma sustentável”, afirmou.
As apresentações nas estações ficaram por conta dos pesquisadores Rafael Dantas (Embrapa) e Inêz Silva (ICNA), Alenilda Carvalho (supervisora técnica do projeto) e Lucas Leocádio (técnico de campo e supervisor do programa de ATeG – Assistência Técnica e Gerancial).
Sobre o Projeto Forrageiras para o Semiárido
O Projeto Forrageiras para o Semiárido, desenvolvido pela Embrapa e instituições parceiras, é uma iniciativa estratégica que busca oferecer soluções para os desafios enfrentados por produtores rurais em regiões de clima árido e semiárido. O objetivo principal do projeto é identificar forrageiras adaptadas às condições extremas dessas áreas, contribuindo para a sustentabilidade da pecuária e a segurança alimentar de rebanhos.
No Norte de Minas, onde o projeto está sendo conduzido em parceria com o Sindicato Rural de Montes Claros e o Sistema Faemg Senar, estão sendo avaliadas quatro gramíneas em relação à sua resistência ao clima seco, à tolerância ao pisoteio e à sua viabilidade para a alimentação de gado de corte.
Segundo Inez Silva, responsável técnica da Unidade de Referência Tecnológica (URT) Montes Claros, as forrageiras em análise podem transformar a realidade dos produtores da região. “Estamos avaliando espécies forrageiras com alto potencial para garantir a alimentação dos rebanhos durante os períodos de estiagem, uma das principais dificuldades enfrentadas pelos produtores no semiárido. Essas espécies se destacam pela resistência às condições climáticas adversas, como baixa disponibilidade hídrica e altas temperaturas, além de manter boa qualidade nutricional, mesmo no período seco.”, explicou.
Inez também ressaltou a importância da integração entre pesquisa e prática no campo. “Os Dias de Campo que realizamos são fundamentais para levar esse conhecimento ao produtor e discutir os resultados em tempo real. Esse trabalho conjunto entre técnicos, pesquisadores e produtores fortalece as cadeias produtivas regionais e ajuda a criar soluções que realmente atendam às necessidades do semiárido”, destacou.
Estiveram presentes no Dia de Campo o gerente de agronegócio do Sistema Faemg Senar, Rafael Rocha; o consultor master do Sistema Faemg Senar na Bovinocultura, Helvécio Teixeira; e o gerente regional em Montes Claros, Dirceu Martins. Representou o presidente da Sociedade Rural, José Henrique Carvalho Veloso, o diretor Rômulo Abatte.
A ação também contou com a participação da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, Marina de Cássia, extensionistas da Emater e docentes do Instituto de Ciências Agrárias (ICA), da UFMG. O evento contou com o patrocínio da Cia Rural, Nortepec e Base Nutrição Animal, além do apoio da Sociedade Rural, Bradesco, Renato Alencar Advocacia, Brassica, Frigonildo e Quero Laticínios.
