5 de outubro é o Dia da MPE, data dedicada aos pequenos negócios, que são a base da economia brasileira. Em Minas Gerais, o segmento representa 99% das empresas, 57% da força de trabalho e 41% da massa salarial. Nos últimos três anos, mesmo em meio a um cenário de incertezas, o segmento respondeu por 84% do saldo de empregos gerados no estado. Minas Gerais ocupou a segunda posição na geração de empregos no país, com 472.058 novas vagas entre 2020 e 2022.
Apenas em 2022, de janeiro a agosto, as micro e pequenas empresas registraram um saldo positivo de empregos com carteira assinada. O segmento gerou mais de 139 mil vagas em Minas Gerais, quatro vezes mais do que as médias e grandes empresas. Os setores de destaque foram os de serviço, construção civil e indústria da transformação.
“Não à toa, a Constituição da República de 1988 estabelece tratamento jurídico diferenciado e simplificação de obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias para as micro e pequenas empresas, além das conquistas adquiridas ao longo do tempo, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a criação da figura do Microempreendedor Individual (MEI), dentre outras”, lembra Afonso Maria Rocha, superintendente do Sebrae Minas.
Minas Gerais tem 3.080.639 pequenos negócios*, mais da metade deles microempreendedores, que já ultrapassam 1,5 milhão de CNPJs. O número de MEI mais que dobrou nos últimos três anos e aumentou 25% em relação a 2020, ano em que teve início a pandemia de Covid-19. “Por conta das restrições econômicas do período, um número expressivo de pessoas encontrou na formalização uma alternativa de trabalho e renda, e outra parcela significativa optou por se tornar MEI para reduzir o tamanho dos negócios e permanecer no mercado”, explica Afonso Rocha.
Apesar do boom de formalizações de MEI nos últimos anos, a abertura de pequenos negócios teve uma variação negativa de -6,36% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Em sentido oposto, o fechamento de negócios do segmento aumentou 17,62%. “Apesar de serem mais flexíveis e reagirem de maneira mais rápida às crises e mudanças do mercado, as MPE sofreram de forma mais intensa os efeitos da recessão no período da pandemia”, lembra Rocha.
Recuperação
Em agosto deste ano, o saldo de empregos nas MPE foi de 23.552 vagas, o que representa 77,9% do saldo total para o estado, de acordo com levantamento realizado pelo Sebrae Minas com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O número de empregos gerados pelos pequenos negócios do estado foi 43,8% maior em relação a julho.
O setor de Serviços foi o que mais gerou empregos no estado em agosto (10.817) e o de pior resultado foi registrado pela Agropecuária (-307). Considerando as atividades CNAE, Construção de Edifícios (1.793), Construção de Rodovias e Ferrovias (870) e Serviços combinados de escritório e apoio administrativo (701) foram as três de melhor saldo de empregos nas MPE mineiras em agosto.
As ocupações com o maior número de vagas criadas no período foram: servente de obras (2.152), assistente administrativo (984) e alimentador de linha de produção (931). Segundo o analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas André Costa, a melhora do mercado de trabalho se deve aos números da economia, que vem registrando uma leve recuperação nos últimos meses. “Em agosto, o Brasil registrou seu segundo mês de deflação, com queda de 0,36%, além do crescimento de 1,2% no PIB no segundo trimestre deste ano, segundo o IBGE”, avalia.
Resiliência
Os pequenos empreendedores vêm mostrando sinais de resiliência, especialmente no terceiro trimestre deste ano. Em todos os segmentos, empresas que não recuperaram o faturamento pré-pandemia ainda são maioria, de acordo com pesquisa feita pelo Sebrae Minas.
Os segmentos de beleza, moda, economia criativa, serviços de alimentação, artesanato, educação, comércio varejista e logística e transporte foram os que apontaram maiores quedas no faturamento. “Comparando os resultados da série histórica de pesquisas do Sebrae, observamos que todos segmentos estão em ritmo de recuperação, chegando mais próximo ao faturamento de antes da pandemia”, explica André.
Raio-x dos pequenos negócios de Minas Gerais*
+ 3 milhões de empreendimentos
51% Microempreendedores Individuais (MEI)
27% Micro e Pequenas Empresas (MPE)
22% Produtores rurais
99% das empresas de Minas Gerais
57% dos empregos
41% da massa salarial (Agência Brasil)
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