Com o slogan ‘Rompendo as Barreiras do Preconceito, Reduzindo a Transmissão e tornando a Vida Mais Forte que a AIDS’ a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros mobilizou os municípios que integram a sua área de atuação, para a realização de ações voltadas para o Dezembro Vermelho, que marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente transmissíveis (ISTs). A live teve a participação das referências técnicas das Coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Atenção à Saúde da SRS, Adriana Amaral, Maria Regina Morais e Renata Fiúza.
Também participaram do evento o enfermeiro especialista em infectologia, Dario Ruas, representando o Grupo de Apoio à Prevenção e aos Portadores de Aids (Grappa); o médico, Douglas Silveira Freire, do Centro de Referência em Doenças Infecciosas (Cerdi) de Janaúba e a psiquiatra, Gracielle Batista Brandão, do Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves (Caetan), administrado pelo Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), sediado em Montes Claros.
Durante a apresentação do cenário epidemiológico do HIV/Aids, a referência técnica da coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da SRS de Montes Claros, Adriana Amaral, ressaltou a importância dos municípios reforçarem os trabalhos de busca ativa; a notificação de casos e o acompanhamento dos pacientes. Nesse contexto, lembrou Adriana, “a integração de ações entre os serviços de atenção primária dos municípios com os centros de referência em doenças infecciosas é de fundamental importância, visando garantir o acolhimento dos usuários e a longitudinalidade do cuidado por meio de um trabalho em rede”.
Entre as diversas ações que os municípios têm opção de executar dentro do Dezembro Vermelho, a referência técnica da SRS apontou a educação profissional em saúde; a ampliação e a descentralização dos serviços de testagem rápida do HIV/Aids, por meio da busca ativa de grupos de risco com abordagem individual e coletiva; e a realização de blitz educativas em regiões estratégicas dos municípios, visando alertar a população quanto à importância da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
Ao falar sobre a abordagem ética dos pacientes HIV positivos, o médico Douglas Silveira, do Cerdi de Janaúba, salientou a importância da iniciativa da Superintendência Regional de Saúde de mobilizar os municípios para a realização de ações voltadas para a prevenção da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis.
“Diferente da década dos anos 80, quando surgiu a Aids, atualmente é de fundamental importância o acolhimento dos pacientes HIV positivos. Isso porque, com a disponibilidade de medicamentos é possível o paciente conviver com o HIV, assim como outras pessoas que convivem com o diabetes e outras doenças que podem ser controladas. Além disso, o agir ético dos profissionais de saúde é importante no sentido de reduzir o preconceito da sociedade em relação aos pacientes HIV positivos”, lembrou Douglas Freire.
Na mesma linha de raciocínio a psiquiatra, Gracielle Brandão reforçou que a abordagem psíquica e o acompanhamento longitudinal dos pacientes HIV positivos é importante, uma vez que o preconceito ainda se mantém na sociedade. “A abordagem psíquica precisa ser implementada por uma equipe multiprofissional, levando em conta a necessidade do acompanhamento médico e psicossocial dos pacientes. O importante é proporcionar ao paciente segurança e acolhimento, evitando que abandone o tratamento”, pontuou a médica.
Por sua vez, Dario Ruas, enfermeiro assistencial do Grappa assinalou que o trabalho conjunto dos serviços de referência em doenças sexualmente transmissíveis com os demais pontos da rede de atenção à saúde possibilita aos pacientes HIV positivos serem acolhidos de forma adequada.
“O acompanhamento dos pacientes é importante, pois a questão psicossocial tem influência direta nas tomadas de decisões pessoais”, reforçou Dario Ruas. (GA)
