Dez anos após a Copa do Mundo no Brasil, Mineirão continua a impulsionar a economia mineira - Rede Gazeta de Comunicação

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Dez anos após a Copa do Mundo no Brasil, Mineirão continua a impulsionar a economia mineira

Parceria Público-Privada entre Governo de Minas e iniciativa privada contribui com geração de empregos e atração de investimentos

Uma década após a Copa do Mundo de 2014, o Complexo do Mineirão, em Belo Horizonte, continua a ser um dos maiores ícones do esporte nacional. O impacto do estádio na vida dos mineiros vai muito além das quatro linhas.

Desde 2010, o “Gigante da Pampulha” é administrado por uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), e a concessionária Minas Arena, o que tem contribuído para o desenvolvimento econômico do estado.

Segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas (Ipead), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2022, o Mineirão injetou R$ 1 bilhão na economia estadual. A pesquisa revelou que, a cada R$ 1 gasto no estádio, são gerados R$ 3,97 em movimentações fora dele.

Eventos e jogos realizados no estádio criaram mais de 7 mil postos de trabalho e contribuíram para a arrecadação de R$ 61,5 milhões para os cofres públicos.        

“Esses números demonstram como uma gestão eficiente pode transformar um patrimônio esportivo em um equipamento importante para a economia de Minas Gerais. Além de desonerar o estado, estamos gerando novas oportunidades e trazendo mais desenvolvimento para os mineiros”, afirma Pedro Bruno, secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias.

O contrato da PPP tem vigência de 27 anos e, desde o início da parceria, o Mineirão passou por uma série de intervenções que ampliaram e diversificaram suas áreas de uso para o público, como a criação da esplanada, novos estacionamentos, espaços comerciais e uma nova cobertura.

Também houve a modernização e revitalização da fachada e estrutura interna, a instalação de painéis solares, placares eletrônicos e a reforma das arquibancadas e vestiários.

No período pós-reforma, o Mineirão recebeu 504 partidas de futebol, com público superior a 12,6 milhões de pessoas. Desconsiderando os jogos sem torcida devido à pandemia, a média é de 30 mil torcedores por partida. O número representa quase o dobro do que era registrado antes das intervenções, quando a média de público era de 16,8 mil visitantes.

Diego Vargas Quirino frequenta o Mineirão desde os 7 anos de idade e esteve presente em momentos marcantes da história do estádio. “Eu poderia ficar horas falando sobre as experiências incríveis que vivi”, diz.

Uma das recordações de Diego é do jogo do maior público do estádio, em 1997, no jogo entre Cruzeiro e Vila Nova. “Eu me lembro exatamente do dia e da cidade movimentada. Também estive em quatro jogos da Copa do Mundo de 2014 e presenciei o histórico 7×1”.

 “Foi triste para o futebol brasileiro, mas, do ponto de vista histórico, eu vivenciei um momento marcante, dentro de um dos maiores templos do esporte mundial”, afirma Diego Quirino.

Para ele, a reforma modernizou o Mineirão, mas manteve sua essência. “É aquela beleza monumental, um lugar reconhecido pelas curvas e retas em qualquer canto do mundo. O Mineirão será sempre o eterno Gigante da Pampulha, o estádio de todos os mineiros”.

Encontro

Paralelamente ao futebol, o Mineirão recebe eventos musicais, culturais, corporativos e de outros esportes. De 2013 ao primeiro semestre de 2024, foram 1.111 eventos, com público aproximado  de 4,9 milhões de pessoas.

Foi em uma dessas oportunidades, e não em um jogo, em que os atleticanos Carolina Quirino de Oliveira e Bruno Novais Barbieri se conheceram. Tudo começou com uma troca de mensagens, que logo levou a um encontro no estádio. “O Mineirão é o lugar onde vivi muitos momentos felizes e onde encontrei o amor da minha vida. Para mim, o estádio representa paixão e felicidade em Minas”, conta Carolina.

Bruno também compartilha o carinho pelo estádio, que também faz parte da história do casal. “Estar no Mineirão é sair da rotina, é sentir a alegria de estar no meio de uma multidão feliz. As melhorias foram ótimas, trouxeram mais conforto e ampliaram o espaço. Além disso, a esplanada é uma ótima opção para passear com a família”, acrescenta.

Competições

O Mineirão se tornou um grande aliado nos anos de ouro do futebol mineiro, sendo palco de conquistas históricas, como a Copa Libertadores do Atlético-MG em 2013, os Campeonatos Brasileiros do Cruzeiro em 2013 e 2014, e do Atlético-MG em 2021, e as Copas do Brasil do Atlético-MG em 2014 e 2021, e do Cruzeiro em 2017 e 2018.

Nos 12 anos de concessão, o estádio recebeu 19 competições diferentes, com torneios internacionais, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e a Copa América, além de competições de futebol masculino, feminino e de base. Foram realizadas 29 finais de jogos mata-mata, com 23 taças erguidas no gramado do Gigante.

Mais recentemente, o entorno do estádio foi utilizado para a competição da Stock Car Pro Series, marcando o retorno de Minas Gerais ao calendário da principal categoria do automobilismo brasileiro após sete anos.

Durante quatro dias de agosto, o público pôde aproveitar a esplanada, as arquibancadas e os camarotes, além de toda a estrutura de entretenimento, gastronomia e diversão montada para a etapa da competição em Belo Horizonte.

Ações sociais e sustentabilidade

Além de sua importância para o esporte, o Mineirão também se destaca pelas ações sociais e de sustentabilidade. Periodicamente, o estádio realiza campanhas pela igualdade de gênero, acessibilidade, e contra o racismo, a lgbtfobia e a violência no futebol.

O Mineirão é signatário do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi o primeiro estádio do Brasil a receber o selo Platinum da certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), com destaque para a geração de energia fotovoltaica, reuso de água da chuva e reciclagem.

De 2013 ao primeiro semestre de 2024, 683 toneladas de resíduos foram reciclados.

(Agência Minas)