Desafios no mercado norte-americano para empresas brasileiras fabricantes de conectores elétricos - Rede Gazeta de Comunicação

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Desafios no mercado norte-americano para empresas brasileiras fabricantes de conectores elétricos

MARCELO MENDES

Gerente geral da KRJ Conexões

O comércio internacional com os Estados Unidos está numa nova fase após a recente mudança de governo. Este mercado apresenta diversas oportunidades, como também desafios significativos para os fabricantes brasileiras de conectores elétricos. O país possui uma infraestrutura elétrica vigorosa, com demanda constante por conectores elétricos de alta qualidade. Para quem trabalha pela primeira vez naquele mercado o trabalho é lento e exige muita honestidade, empatia e altruísmo profissional.

A expansão do setor de energias renováveis tem aumentado a demanda naquele ambiente principalmente de conectores elétricos específicos para painéis solares, turbinas eólicas e outras tecnologias limpas. O aumento também da frota de veículos elétricos nos Estados Unidos indiretamente elevará mais ainda a procura por conectores elétricos para suprir outras etapas da cadeia de distribuição energética. Outro aspecto a considerar é a própria evolução da automação industrial nos Estados Unidos, que terá mais presença de máquinas, robôs e outros equipamentos industriais com fonte elétrica.

No entanto, entrar e se estabelecer naquele mercado significa também superar várias adversidades específicas e dificuldades normativas ou legais. É um mercado-alvo promissor, mas exige planejamento estratégico e uma paciente adaptação às peculiaridades daquele universo eletroeletrônico.

Todos os padrões de qualidade e segurança para produtos elétricos no território norte-americano são bem rigorosos. Por esta razão, as empresas do Brasil necessitam ajustar seus produtos para cumprir a normatização, o que pode requerer investimentos expressivos em certificações e testes. Cumprir essas normas são fundamentais para acessar aquele mercado e garantir a aceitação dos produtos.

Seis certificações técnicas para conectores elétricos predominam naquele território. A certificação UL (Underwriters Laboratories), por exemplo, é essencial para garantir que os produtos cumpram aos padrões de segurança elétrica. Na verdade, as autoridades dos Estados Unidos exigem que os produtos sejam certificados pelo UL para serem comercializados. Isso viabiliza a entrada dos dispositivos e evita muitos problemas legais.

No caso de conectores de fios a norma básica é UL 486A/B. Trata-se de regras do padrão de segurança que descreve os requisitos para conectores de fio e terminais de solda usados com condutores elétricos. O objetivo deste padrão é garantir que os conectores de fio forneçam conexões seguras e confiáveis sob diversas condições. A normatização abrange aspectos importantes como resistência mecânica, condutividade elétrica e resistência a fatores ambientais como temperatura e corrosão. As exigências garantem que os conectores sejam robustos e adequados para uso prolongado.

A marca UL, realmente, é muito reconhecida e transmite confiança tanto aos parceiros comerciais quanto aos consumidores. Ela indica sobretudo que o produto é confiável e principalmente seguro, porque garante que os conectores passaram por testes e atendem rigorosos padrões de segurança, características que reduzem riscos de curtos-circuitos, choques elétricos e incêndios, além de outras situações de perigo.

Uma outra certificação relevante, a ANSI (American National Standards Institute), define para produtos elétricos alguns padrões de desempenho e segurança. A conformidade com normas ANSI é exigida com bastante frequência nos contratos de fornecimento.

Conhecida também como National Electrical Code (NEC) a norma NFPA 70 (National Fire Protection Association) é amplamente adotada nos Estados Unidos e regula com exatidão a instalação de sistemas elétricos.

Já a NEMA (National Electrical Manufacturers Association) estabelece padrões para conectores e outros equipamentos elétricos, com o objetivo de garantir compatibilidade e performance dos dispositivos.

Por fim a OSHA (Occupational Safety and Health Administration) impõe que os produtos, como os conectores elétricos, satisfaçam a normas de segurança no local de trabalho.

Nas suas certificações e padrões, os norte-americanos, que se caracterizam por possuir regramentos rigorosos, também adotam até referências estrangeiras como a CSA (Canadian Standards Association). Várias dessas normas exigidas frequentemente apresentam diferenças das similares brasileiras (como ABNT), o que demanda a adaptação dos produtos e processos.

Há ainda regras de compliance que abarcam regulamentações ambientais as quais impõem impeditivos em materiais usados na fabricação. Entre elas se destacam a RoHS (Restriction of Hazardous Substances) e a REACH Regulation (que visa proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos nocivos de substâncias químicas). As indústrias que estão entrando naquele mercado podem se deparar com exigências de outras certificações mais específicas ainda.