BRUNA RICHTER
Graduada em Psicologia pelo IBMR, em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós-graduanda no curso de Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC
Eles estão entre nós. Infiltrados e diluídos em qualquer que sejam os ambientes pelos quais transitamos, existem sujeitos que acreditam estar acima da lei. Aqueles que são incapazes de construir laços de responsabilidade e de afeto com os demais. Que não apenas ultrapassam, mas aniquilam qualquer empecilho que possa parecer um obstáculo para os seus desejos e aspirações. Os psicopatas estão ao lado.
Da política à família, não há ambiente que limite a circulação de pessoas com esse tipo de desordem. A despeito das regras, criam suas próprias normas com o intuito de satisfazer seus objetivos e atingir seus alvos. Desse modo, ultrapassam constantemente o limite civilizatório entre eles e os outros, não se sentindo intimidados pelos danos que causam, pois sua vontade se faz soberana.
Nesse sentido, buscam a própria satisfação sem indício de culpa ou arrependimento. Em meio a decisões impulsivas e intempestivas, promovem com frequência o sofrimento das pessoas que os cercam. Como ignoram os direitos dos demais, costumam ser cruéis e agressivos, não desenvolvendo empatia por aqueles com quem convivem e, portanto, mantendo elevada dificuldade de pedirem desculpas ou de arrependerem-se.
Entretanto, essa tirania não é percebida num primeiro momento. Em oposição a esse pensamento, as pessoas com transtorno de personalidade antissocial simulam suas intenções e se mostram charmosas e articuladas, sustentando essas qualidades para influenciar seu ambiente, visando ganhos pessoais. Em última análise, através da manipulação buscam atingir seu intenso desejo de domínio e de poder, a despeito dos valores morais.
Diante desse perigo silencioso é preciso estar atento. Reconhecer os indícios que buscam ser camuflados e adotar uma postura preventiva. Estabelecer limites claros e bem definidos para que seja preservado um distanciamento possível que confira alguma vantagem. É necessário que tenhamos um posicionamento ativo que nos confira alguma segurança, ainda que relativa, na tentativa de nos proteger da ameaça que está sempre à espreita.
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