Cursos ajudam a fortalecer a agricultura familiar no Norte de Minas - Rede Gazeta de Comunicação

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Cursos ajudam a fortalecer a agricultura familiar no Norte de Minas

O plantio e a colheita não param na propriedade de Ademir Lima Rocha, localizada entre as cidades de Francisco Sá e Janaúba. Com sistema rotativo de culturas, o pequeno produtor rural consegue, em pouco mais de um hectare e meio de área, manter produção ativa e saudável, sendo o principal sustento da família. E o segredo está nos novos conhecimentos na rotina de trabalho. Ex-aluno de cursos de olericultura ofertados pelo Sistema Faemg Senar, o produtor rural tem aplicado mudanças pontuais e importantes.

“Os cursos nos ajudam a produzir com mais qualidade. A gente começa trabalhando com os pais e irmãos, que têm certo conhecimento, mas fica no mesmo. Eu não tinha uma técnica nova para plantar outras culturas, ficava no mesmo. Aprendi nos cursos a dinamizar a atividade. Conseguimos produzir com qualidade, mesmo com espaço pequeno. Sempre é um ótimo aprendizado, que soma muito para mim”, afirma Ademir Lima.

Na lavoura, o produtor tem resultados positivos com diversos plantios, como quiabo, maxixe, cenoura, beterraba, milho, pimentão, abóbora, maracujá e banana. Meses atrás, ele colheu cerca de duas mil caixas de quiabo e maxixe, que tiveram destino o estado de São Paulo e mercados locais. Agora para o fim do ano, a próxima colheita será de beterrabas. Dinamizar a produção foi uma maneira encontrada para manter as margens de lucro. E foi seguindo a orientação dos instrutores do Sistema Faemg que ele apostou na alternativa. “A propriedade é pequena, então preciso otimizar o espaço e foco, variar as culturas. Estamos sempre atuando no campo com as técnicas aprendidas nos cursos. São 11 anos dedicados nessa terra. Minha paixão é o verde, é a agricultura”, conclui.

O cardápio produtivo de Nilva Ferreira da Cruz Cordeiro também é bem variado. Moradora da cidade de Varzelândia, ela também fez várias capacitações do Sistema Faemg Senar ao longo dos últimos anos, sendo as atividades vinculadas à olericultura as mais significativas para o estágio atual da sua propriedade. A agricultora familiar tem hoje todo o sustento vindo do plantio de hortaliças e legumes.

“Sempre vivi da produção rural, mas antes dos cursos era roça simples, com plantio para alimentação da casa mesmo. Conseguimos nos inscrever para entregar alimento nas escolas do município, dentro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Foi quando vimos que era necessário capacitar, por isso, buscamos os cursos. Algumas coisas não estavam dando certo no plantio, tendo pouca evolução. Hoje vivo dessa renda”, explica Nilva.

A entrega dos alimentos movimenta a propriedade de Nilva Ferreira e a mão de obra de vizinhos e amigos, que são contratados para que a pequena produtora dê conta da quantidade de entregas semanais. Em média, ela entrega 5 a 10 kg de alimentos por escola. A cenoura, que até pouco tempo não rendia bem, hoje é o produto mais demandado. “Faço entrega em 12 escolas, toda semana. Comecei aos poucos, entregando menor quantidade. A necessidade de aumentar a produção, por conta da demanda, nos fez buscar aprimorar o trabalho. Tudo melhorou muito depois dos cursos. A cenoura, por exemplo, não rendia e não crescia. Fizemos correções no plantio e foi possível chegar nessa maior qualidade do produto”, comenta.

Instrutor do Senar Minas na área de olericultura, Ronny Alex Araújo acompanha até hoje a evolução das pequenas propriedades na região, mesmo após encerrado os cursos. Ele destaca que a atuação do Sistema Faemg lado a lado com os agricultores familiares e pequenos empresários rurais faz toda a diferença para a manutenção do trabalho rural.

“O pequeno produtor nem sempre consegue ser atendido pelas empresas de assistência técnica dos órgãos públicos, e custaria muito para ele contratar um técnico que orientasse a sua produção. O Sistema Faemg Senar pega este técnico capacitado e encaminha até essa propriedade, até às comunidades, sem custos diretos para os produtores. Então, poder ver estes resultados da produtividade, aumentando e melhorando a qualidade de vida destes produtores, é muito bom. Isso nos deixa satisfeitos, ver que o trabalho está sendo colocado em prática”, pontua Ronny Alex Araújo. E se depender da produtora Nilva Ferreira, esses resultados seguirão em crescimento, cuidando com carinho do sustento que vem da própria terra. “Dá para viver e bem da produção. A vida melhorou demais nos últimos anos, já compramos carro e arrumamos a casa. Hoje até meu marido, que precisava ficar quatro meses trabalhando em plantios de café em outros estados, tem trabalho por aqui. A comunidade como um todo, com várias pessoas capacitadas, vem se sustentando deste trabalho da agricultura familiar”, finaliza a produtora rural.  

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