O argentino D’Alessandro nunca fugiu das brigas durante os mais de 20 anos em que foi jogador de futebol. Meia de rara qualidade com a perna esquerda, tinha um perfil de não levar desaforo para casa. Não por caso que D’Ale se tornou um dos maiores ídolos da história do Internacional, pois, além de ser craque, era a representação do torcedor dentro de campo. Agora coordenador de futebol do Cruzeiro, o ex-jogador mudou de perfil e rapidamente conquistou o elenco celeste.
Dois dias depois de ser anunciado pela Raposa, D’Alessandro esteve na Arena do Jacaré para acompanhar a semifinal do Campeonato Mineiro, diante do América.
Logo no primeiro jogo, o novo dirigente cruzeirense mostrou a razão pela qual foi escolhido por Ronaldo para fazer a ligação entre elenco e diretoria. Após a derrota no clássico, por 2 a 0, que complicou bastante a situação do Cruzeiro na competição, alguns jogadores brigaram no vestiário. Foi D’Alessandro quem apaziguou os ânimos e controlou o ambiente.
Mudança de estilo
Em 2018, antes mesmo de a bola rolar para um Gre-Nal, D’Alessandro brigou com Maicon, no cara ou coroa. O então capitão do Inter precisou ser contido pelo árbitro Jean Pierre de Lima.
Mas, na Toca da Raposa, D’Alessandro apresentou um novo perfil. Com a experiência de quem frequentou vestiários por mais de duas décadas e lidou com as mais diversas personalidades, o argentino tem utilizado a conversa como sua principal arma.
Foi o que ele fez ainda na Arena do Jacaré. Os seguranças do Cruzeiro correram para dentro do vestiário, o técnico Paulo Pezzolano chamou a atenção dos atletas, mas foi D’Alessandro quem acalmou a situação.
O novo coordenador de futebol do Cruzeiro chamou a atenção de todos num primeiro momento e aos poucos foi deixando claro como será sua gestão. Já nos últimos dias, o argentino aproveitou para conversar com alguns líderes do elenco para entender melhor o que aconteceu e buscar uma solução.
Liderança positiva
Embora o Cruzeiro já tenha alguns ex-jogadores na administração do clube, caso do proprietário Ronaldo, além de Paulo André e Elias, a diretoria cruzeirense entendia que faltava alguém com experiência de campo e de vestiário para ser o elenco entre elenco, comissão técnica e direção.
O nome de D’Alessandro foi aprovado após algumas reuniões. O fato de ser um líder foi determinante para a contratação do ex-meia.
Na reta final da carreira como jogador, D’Alessandro já não era mais titular do Inter. Mas nem por isso deixava de ser importante nas conversas no vestiário.
Um exemplo foi a estreia na Libertadores de 2019, quando o meia ficou na reserva diante do Palestino, no Chile, mas foi quem deu a última palavra antes da entrada em campo.
“Aqui não vai ganhar quem joga melhor. Já falou o Papito (Odair Hellmann), já falaram vocês, não vai ganhar quem joga melhor. Vai ganhar quem tiver mais concentrado”, disse D’Alessandro em vídeo divulgado após o triunfo por 1 a 0 sobre o Palestino.
No Cruzeiro não será diferente. D’Alessandro não calça mais chuteiras, mas já conquistou o elenco na base da conversa, por falar a língua que os jogadores entendem. Trabalho que terá efeito a partir do Campeonato Brasileiro, já que no Mineiro a situação está bastante complicada. A Raposa precisa vencer o América por três ou mais gols de diferença para chegar à decisão. (Superesportes)
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