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Crise hídrica preocupa deputados mineiros

A crise hídrica pautou os discursos dos deputados em Plenário durante a Reunião Ordinária realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais na quarta-feira (22/9/21). A preocupação é com o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, as duas regiões do Estado mais afetadas pela seca. A deputada Andréia de Jesus (Psol) lembrou as dificuldades impostas a comunidades quilombolas e povos tradicionais. Ela citou o exemplo de Chapada do Norte (Vale do Jequitinhonha), onde o rio que abastece a cidade secou há mais de uma década. “A plantação de eucalipto e o uso predatório da água por latifundiários deixaram os pequenos agricultores em situação gravíssima”, informou.

De acordo com a parlamentar, as comunidades quilombolas quase sempre ficam distantes das cidades e dependem do abastecimento por caminhões-pipa, uma vez que os lençóis freáticos secaram e as cisternas que armazenam água da chuva não são suficientes. Ela disse que vai cobrar providências da Copasa, que, na sua avaliação, pratica racismo estrutural contra os quilombolas. “A Copasa tem que dar uma resposta a essas comunidades tradicionais”, defendeu.

O deputado Carlos Pimenta (PDT) denunciou que os mananciais de água do Norte de Minas estão sendo destruídos pelas queimadas provocadas por grupos organizados. “As pessoas descem do carro na calada noite, com maçarico na mão, colocam fogo na mata, entram no carro e vão embora”, relatou. “As consequências são dramáticas: nascentes morrendo, rios e barragens secando. O que se vê por lá é só fuligem e fumaça”, completou. Na avaliação do parlamentar, trata-se de um crime hediondo, cometido por gangues de bandidos. “Talvez eles sejam motivados pela instabilidade política que vivemos no País e querem fomentar o ‘quanto pior, melhor’. O Norte de Minas não tem nada a ver com a briga de bolsonaristas contra petistas”, continuou. Ele disse que vai procurar o governador Romeu Zema para cobrar providências para conter o que chamou de “bandalheira” na região.

A crise hídrica foi uma das preocupações apresentadas pelos deputados em seus pronunciamentos no Plenário na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na Reunião Ordinária desta terça-feira (21/9/21). Os parlamentares destacaram, em especial, a escassez de água na região do semiárido mineiro, onde alguns municípios já sofrem, inclusive, com a falta de água para beber. A situação exige, para a deputada Leninha (PT), estratégias inovadoras, construídas a partir de parcerias entre pesquisadores e populações tradicionais, e de longo prazo. “Os poços artesianos são importantes para as emergências, mas sem políticas de longo prazo, os poços precisam ser cada vez mais profundos porque os lençóis freáticos também estão secando”, disse.

Ainda de acordo com a deputada Leninha, tanto o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU, quanto estudos feitos pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), indicam que, se nada for feito rapidamente, vários municípios do semiárido mineiro entrarão em processo de desertificação. Ela lembrou que Minas Gerais possui, há mais de quinze anos, um Plano Estadual de Combate à Desertificação e que está na hora de colocá-lo em prática.

Cristiano Silveira (PT) anunciou projeto de sua autoria prevendo que a Cemig destine recursos para instalação de placas de energia solar que possam alimentar as bombas de poços no seminário mineiro. Segundo ele, programa federal já prevê o uso de 0,5% do faturamento das companhias elétricas em eficiência energética, e o projeto poderia se valer desse programa. “Hoje, muitas comunidades fazem rateio dessa conta, que é cara, ou as prefeituras pagam por isso”, afirmou.

O fim das operações do Exército com caminhões-pipa para atendimento a comunidades, por falta de orçamento, foi criticado por Cristiano Silveira. Para ele, é preciso exigir também do governador Romeu Zema o cuidado com essa população. O deputado relatou visita a várias cidades no Norte de Minas, como São João da Ponte, Caraí e Montes Claros, e afirmou que todas estão sofrendo com a escassez. Em algumas, falta água para alimentação.

Também o deputado Doutor Jean Freire (PT) citou problemas de abastecimento em cidades do Jequitinhonha/Mucuri que ele visitou, entre as quais Pedra Azul, Padre Paraíso, Berilo e Joaíma. Nessa última, segundo ele, há também uma escola politécnica com prédio pronto, mas abandonada. Ele pediu empenho do Legislativo e do Executivo para dar destinação ao imóvel e garantir a profissionalização dos jovens.

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