Entre mais de 60 estações no estado, apenas quatro registraram a qualidade do ar como “boa”
A qualidade do ar em São Paulo e Minas Gerais alcançou níveis críticos, conforme os últimos dados diários de monitoramento. Nesta segunda-feira (9), o boletim da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) revelou que todas as estações de monitoramento na cidade foram classificadas como “ruim” ou “muito ruim”. Entre mais de 60 estações no estado, apenas quatro registraram a qualidade do ar como “boa”.
Em Minas Gerais, a situação não é melhor. A maioria das estações no estado indicou uma qualidade do ar que variava de “moderada” a “muito ruim”. No dia 3 de setembro, nenhuma das mais de 45 estações automáticas de Minas Gerais apresentou uma qualidade do ar considerada boa, e algumas foram classificadas como “péssima”. A ausência de chuvas há quase 150 dias na capital mineira contribui para a degradação do ar.
Além de São Paulo e Minas Gerais, outras regiões do Brasil também estão enfrentando crises de qualidade do ar em setembro. Embora o histórico de dados de todas as estações brasileiras esteja disponível na Plataforma da Qualidade do Ar, criada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), a falta de informações públicas oficiais em várias localidades dificulta uma visão completa da situação.
O principal problema é a alta concentração de materiais particulados, como PM10 e PM2,5, que estão afetando várias regiões do país. Esses poluentes, provenientes de queimadas e atividades industriais, são especialmente prejudiciais à saúde. As partículas finas podem penetrar profundamente nos pulmões, aumentando o risco de doenças respiratórias, cardiovasculares, infartos e derrames.
David Tsai, gerente de projetos do IEMA, sublinhou a necessidade de uma gestão nacional integrada da qualidade do ar. “A poluição do ar que estamos observando em todo o país destaca a urgência de consolidar a Rede Básica de Monitoramento. Este é o primeiro passo para enfrentar o problema de maneira eficaz”, afirmou Tsai.
Helen Sousa, pesquisadora do IEMA, enfatizou a importância de fornecer informações precisas sobre a qualidade do ar para implementar medidas de proteção e desenvolver políticas eficazes. “Apesar da poluição ser visível, o Brasil ainda carece de uma rede nacional de monitoramento abrangente e de um sistema completo de informações sobre a qualidade do ar. A falta de planejamento estratégico e a padronização inadequada dos dados dificultam a elaboração de relatórios consistentes e a tomada de medidas adequadas”, disse Sousa.
Atualmente, apenas 13 dos 26 estados brasileiros possuem estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar, essenciais para avaliar a poluição de maneira precisa. A ausência dessas estações em diversas regiões impede uma avaliação completa da gravidade da poluição e dificulta a implementação de estratégias para mitigar seus impactos.
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