STÊNIO AGUIAR
A preocupação com a saúde mental vem crescendo ao longo da última década, sobretudo com os efeitos provocados pela pandemia da Covid-19. No ambiente corporativo, casos de depressão, ansiedade, esgotamento físico e mental, dificuldade de concentração e insônia em virtude de preocupações tem levado as empresas a adotar diferentes medidas para minimizar e combater a transtornos mentais.
Para entender como os empreendimentos estão agindo e investindo tempo e recursos nas boas práticas para enfrentar os males da saúde mental no país, o Instituto Philos Org, em parceria com o portal Integridade ESG, publicou o Anuário Saúde Mental nas Empresas 2023, que analisou as ações desenvolvidas pelas 100 maiores empresas do Brasil.
Cada empresa foi analisada por sete fatores, mas dois deles tem mais peso: promoção da saúde integral (física e mental), e o desenvolvimento de lideranças, de acordo com Jorge Sales, diretor corporativo do Philos Org. “As empresa apostar tanto em práticas físicas e mental, é preciso investir em treinamentos para liderança, porque as pessoas não seguem empresas, mas os líderes. São eles que tem poder de mudança numa empresa. É através das lideranças e das políticas dotadas por esses lideres que os colaboradores podem sentir os melhores efeitos, porque são os lideres que tem poder de mudar o ambiente de determinada empresa”, destaca Sales.
Entre os fatores analisados na pesquisa estão: Programa de saúde integral (atividades integradas de saúde mental e saúde física); Desenvolvimento de lideranças e psicoeducação (treinamento de líderes para criar uma segurança psicológica); Psicologia, psicoterapia e psiquiatria (trata-se de um programa estruturado de incentivo à psicoterapia); Meditação, ioga e práticas integrativas (promover um ambiente para essa prática); Grupo de afinidades e ações em comunidades (atividade que promovam a diversidade e inclusão); Mídias, canais e plataformas (canais de atendimento para a saúde mental e plataforma para exercícios) e; Psicometria e Date analytics.
“As empresas podem utilizar o Anuário de maneira bem prática As orientações em prol da saúde mental de seus colaboradores partir deste sete fatores. Estas são ações que podem ser utilizadas pelas empresas ou lideres que querem mudar o modo de operação”, ressalta Sales.
Setores mais se destacaram no ranking
De acordo com o estudo, o setor financeiro lidera o ranking de boas práticas voltadas à saúde mental (11,09%), seguido por Tecnologia e Comunicação (6,19%); Comércio (6,02%); Indústria (4,83%); Energia e Recursos Naturais (4,17%); Alimentos e Bebidas (3,44%);
Agronegócio (2,59%) e; Serviços, Transporte e Logística (2,18%).
No Brasil, os transtornos mentais e comportamentais ocupam a terceira causa de incapacidade para o trabalho, correspondendo a 9% na concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.
Ainda assim, até 2020, a participação do tema na agenda ESG permanecia tímida. “Somente com os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre a saúde mental da população, com a insegurança e o medo gerados por mais de 700 mil mortes, e a total perda de referências de trabalho e renda, esse panorama começou a se alterar e, mesmo assim, lentamente”, afirma Carlos Assis, psicólogo clínico e fundador do Instituto Philos Org.
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