O ex-vereador Ademar Bicalho, que exerceu quatro mandatos em Montes Claros e foi cônsul do Atlético Mineiro no Norte de Minas, morreu no sábado, na Santa Casa de Montes Claros, onde estava internado havia 28 dias, após apresentar os sintomas da Covid-19. Ele não conseguiu realizar um dos seus maiores sonhos, de entregar o titulo de Cidadão Honorário ao apresentador de televisão Carlos Massa, o Ratinho. O seu requerimento foi aprovado em 2000, mas diante da polêmica, Ratinho nunca veio receber.
O corpo do ex-vereador foi sepultado na tarde de sábado, em um cemitério de Montes Claros. Por causa do coronavírus, não teve velório. Ele foi homenageado com uma carreata realizada por parentes, amigos e atleticanos, que saiu da Santa Casa até o cemitério e passou em frente ao antigo prédio da Câmara de Vereadores local, ao lado da sede da prefeitura. O ex-presidente da Câmara Municipal ganhou o título de “cônsul” do Clube Atlético Mineiro na cidade-polo do Norte de Minas. Mas ele mostrou sua paixão desenfreada pelo time ao construir no bairro Morada do Parque, a “Casa do Galo”.
Os símbolos e cores do Atlético estão espalhados pelos vários cômodos, móveis e objetos da residência, piso, paredes, espelhos, escada, teto, roupa de cama, toalha e até tampa do vaso sanitário. A sala de visitas é toda decorada em preto e branco. Na parede, um grande quadro pintado com escudo do alvinegro, que aparece em outros cômodos da residência. No térreo, fica o “Quarto do Galo”, onde foi montado um grande arquivo com centenas de fotos, pôsteres e faixas, além de dezenas de camisas do time.
Na “casa temática”, o ex-vereador e torcedor apaixonado recebeu visitas de ex-dirigentes Galo, como o ex-presidente do clube, Luiz Otávio Motta Valadares, o Ziza Valadares. Na residência, também estiveram ex-ídolos da torcida Atlético, como Dario, Reinaldo e Paulo Isidoro. Ao longo de sua vida, Ademar Bicalho fez inúmeras viagens entre Montes Claros e Belo Horizonte (427 quilômetros) para assistir aos jogos do Atlético no Mineirão e no Independência.
Numas dessas viagens, ele foi protagonista de um episódio que chamou atenção, no Mineirão. Foi no primeiro jogo da final do Campeonato Brasileiro de 1999, quando o Galo venceu por 3 a 2 (a final foi disputada numa melhor de três jogos, mas o time paulista venceu a segunda partida por 2 a 0 e empatou o terceiro confronto, sagrando-se campeão). Após Guilherme marcar 2 a 0 para o Atlético, o torcedor apaixonado não suportou a emoção e teve uma parada cardiorrespiratória, sendo socorrido pela equipe médica do estádio. O nome dele foi mencionado pelos narradores que faziam a transmissão da partida. Da mesma forma, Ademar Bicalho foi citado ontem no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro, entre Atlético e América, no Independência. Em atendimento à solicitação de torcedores, ele será homenageado com um minuto de silêncio, a pedido do Conselho do Clube e do presidente atleticano, Sérgio Coelho. (Com Luiz Ribeiro)
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