GIRLENO ALENCAR
A construção da ponte sobre o rio São Francisco, na cidade com o mesmo nome, está gerando polêmica. Na sexta-feira passada, o consorcio que venceu a licitação, esteve com sua equipe na cidade, para escolher a casa onde funcionará a empresa e ainda o local do canteiro de obras. No domingo, a surpresa foi quando o jornalista Thiago Herdy, colunista do UOL, denunciou que “o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, pediu ao governo do estado e à mineradora Vale que incluíssem no acordo de reparação pelos danos da tragédia de Brumadinho (MG) a construção de uma ponte na cidade de sua família, São Francisco, no Norte de Minas, localizada a 612 km do local do acidente”.
“O chefe do Ministério Público mineiro participou diretamente das negociações e é signatário do acordo em que a empresa se comprometeu a pagar R$ 37,7 bilhões como compensação pelo rompimento de suas barragens, ocorrido há três anos. A tragédia matou 272 pessoas e gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na bacia do rio Paraopeba, que não inclui a cidade do procurador mineiro. A coluna apurou que o pedido de Soares para atendimento à demanda da cidade de sua família causou constrangimento entre representantes dos órgãos à mesa de negociação, mas nem por isso deixou de ser atendido”.
No mesmo domingo, o procurador Jarbas Soares divulgou nota, onde informa que “o Ministério Público e eu particularmente, somos parte do acordo. Não participamos da indicação da ponte sobre o rio São Francisco no município de São Francisco, mas também em Manga e São Romão. Do mesmo modo, participamos da indicação doa seis hospitais regionais, de 700 km de rodovias, da destinação de recursos para os 853 municípios mineiros, verbas para educação, saúde, policias, etc, além da reparação do meio ambiente e apoio aos atingidos. Se o fruto do nosso trabalho e de todas as Instituições que deu a Minas a maior reparação ambiental e socioeconômica da sua história e permitiu a construção de três pontes sobre o rio São Francisco, esperadas há 60 anos, seis hospitais regionais aguardados há décadas, 700 km de recapeamento de asfalto, fortalecimento das polícias, da educação, da saúde, da cultura, além de milhões de reais aos 853 municípios de Minas, isso não é motivo de vergonha, mas de orgulho”.
Em correspondência ao UOL, Jarbas Soares mandou os esclarecimentos em relação a matéria do UOL, intitulada “Chefe do MP-MG pediu ponte em cidade da família em negociação de Brumadinho. Ele explica que “o autor da matéria desconsiderou ou subestimou várias informações que lhe foram repassadas, acrescentado na manchete algo que não consta nem da própria fonte. Por outro lado, os aspectos relatados são relevantes, todos sabemos que coube exclusivamente ao Governo do Estado de Minas Gerais a formulação da proposta de destinação dos recursos referentes a parte do Acordo de Brumadinho que tratou do ressarcimento ao governo estadual. A relação das obras selecionadas para receber os investimentos foi apresentada, debatida e aprovada pela Assembleia Legislativa”.
“A minha posse na Procuradoria-Geral de Justiça ocorreu em 11 de dezembro de 2020, quando as premissas do acordo, assinado em 4 de fevereiro de 2021, já estavam definidas, embora ainda permanecesse pendente a definição de valores. É preciso relembrar que, conforme vídeo, com apenas um traço na pesquisa eleitoral em 2018, o então candidato ao Governo de Minas Gerais, Romeu Zema, que tem comércio em São Francisco e em toda a região, conhecendo bem as dificuldades locais, gravou um vídeo se comprometendo, caso eleito, a construir a ponte sobre o rio São Francisco, que liga o Norte de Minas a Brasília”.
“No exercício do governo, Romeu Zema visitou a região inúmeras vezes, sempre com cobertura da imprensa, lembrando-se do compromisso assumido. Aprovado o Acordo de Brumadinho, retornou a vários municípios do Norte de Minas, para anunciar a construção de não uma, mas de três pontes sobre o São Francisco: a de Manga, a de São Francisco e a de São Romão. O ressarcimento pelos danos à economia do Estado, decorrente da tragédia de Brumadinho, possibilitará ainda conclusão de seis hospitais públicos em diferentes regiões, além de obras diversas em todos os 853 municípios mineiros. A dotação não retirou recursos do investimento necessário à reparação de danos ambientais e sociais na região de Brumadinho e do Vale do Paraopeba”.
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