FABRÍCIO VAZ
Business vice-presidente da GFT Technologies no Brasil
Detentores de 98% do PIB mundial, 130 bancos centrais em todo o mundo trabalham pelo desenvolvimento das suas moedas digitais (CBDCs, ou Central Bank Digital Currencies) no exato momento em que redijo essas e as linhas a seguir. Dá para entender o impacto? São equipes robustas de desenvolvedores, especialistas financeiros e instituições de variados tamanhos remando em um mesmo sentido. O que os une, e justifica esse enorme esforço – incluindo no Brasil com o DREX – é a possibilidade de melhorar a vida das pessoas.
Anteriormente chamado de Real Digital, o DREX é a iniciativa do Banco Central do Brasil anunciada no ano passado (mas com estudos iniciados três anos antes) de prover a representação das notas impressas no ambiente digital, por intermédio da tokenização (conversão de ativo real em ativo digital) do Real. Oficialmente, espera-se que o grande público tenha acesso aos benefícios desta tecnologia até o fim de 2024, embora seja mais provável que a novidade esteja pronta para uso de fato em 2025. O que se sabe é que os testes seguem em andamento.
O que não muda, independentemente do calendário do BC brasileiro, é o rol de oportunidades positivas que o país poderá ter pela frente. O que cada país pretende com a sua moeda digital é democratizar o acesso aos serviços financeiros, melhorar a eficiência nas transações e promover o desenvolvimento econômico, o que, em última análise, permite o bem-estar financeiro das pessoas em todo o mundo.
No passado recente, os brasileiros de todas as classes sociais foram impactados decisivamente com o PIX. Porém, este formato de transações financeiras – R$ 17 trilhões foram movimentados desta maneira em 2023, um crescimento de 58% no ano – ocorre por notas e moedas de reais em espécie e com limites pré-estabelecidos por instituições financeiras e o próprio BC. O DREX tratará sim de pagamentos instantâneos, mas irá além, sendo uma plataforma totalmente digital, sem notas impressas, e com tecnologia blockchain.
Para entender os benefícios que virão, é preciso um aparte sobre o que é o blockchain. Trata-se de um mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede. Esses dados são armazenados em blocos interligados dentro de uma cadeia, a qual por sua vez não pode ser modificada ou excluída sem o consenso da rede. É desta forma que é possível criar e monitorar pedidos, pagamentos, contas e outras transações, com base em um ledger (sistema de manutenção de registros dos saldos dos diversos participantes e de todas as transações que ocorrem na rede e que deixa as identidades dos participantes anônimas).
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