Como o atentado acertou em cheio a campanha de Biden - Rede Gazeta de Comunicação

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Como o atentado acertou em cheio a campanha de Biden

Gregório José

Jornalista/Radialista/Filósofo

Se há algo que nós, jornalistas, aprendemos ao longo dos anos, é que a política é uma eterna montanha-russa de surpresas. Mas, meus amigos, confesso que até eu fiquei surpreso com o último capítulo do teatro eleitoral nos Estados Unidos. Imaginem a cena: um atentado contra Donald Trump, o homem que já foi chamado de muitas coisas, de empresário a presidente e, por que não, um personagem de reality show que não sabemos se é para rir ou chorar. Mas, no melhor estilo de humor ácido à la Boechat, o tiro que deveria atingir Trump acabou acertando em cheio na já combalida campanha de Joe Biden.

Não seria a primeira vez que a política se transforma em um circo de horrores. Relembramos os atentados que marcaram a história: John F. Kennedy, com seu fatídico desfile em Dallas; Ronald Reagan, que levou um tiro e ainda assim conseguiu fazer piada no hospital; e mais recentemente, o atentado contra Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial no Brasil.

Cada um desses eventos mudou o curso das eleições e, mais importante, expôs as entranhas da polarização política. Mas, convenhamos, quem esperava que um atentado contra Trump se transformasse no mais novo pesadelo de Biden?

A verdade é que a campanha de Joe Biden já não estava lá essas coisas. Em meio a gafes, discursos que muitas vezes pareciam saídos de uma novela mexicana e uma falta de entusiasmo quase palpável, a equipe do candidato a reeleição precisava de um milagre. E o que eles conseguiram foi… um atentado contra seu oponente. Pode parecer piada, mas foi um tiro que não apenas falhou em atingir Trump, mas sim atravessou o cenário político e acertou em cheio na campanha democrata.

O mais preocupante disso tudo é a polarização crescente. O atentado, em vez de unir as pessoas em um momento de crise, serviu como mais um ponto de ignição para os extremos da direita e da esquerda. Os apoiadores de Trump, com seus chapéus vermelhos e teorias da conspiração, agora se sentem mais justificados do que nunca em sua luta contra o “estado profundo” e a mídia “fake news”. Já os defensores de Biden, que tentam se agarrar a qualquer sinal de normalidade, veem a tentativa de assassinato como uma prova de que a violência está se tornando a nova norma.

Lembrem-se, “um tiro que não mata pode ferir profundamente a campanha de outro”. E é exatamente isso que vemos: uma campanha ferida, tropeçando em seus próprios erros, e uma nação que precisa mais do que nunca de um retorno ao bom senso.