GIRLENO ALENCAR
A questão da violência contra a mulher marcou as comemorações do Dia da Mulher, organizado pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Montes Claros e Região, que, na sexta-feira, promoveu uma videoconferência com as suas diretoras e nesta segunda-feira postará nas redes sociais. Diante da sinalização de que seria decretado lockdown na cidade, o sindicato antecipou a comemoração do Dia da Mulher. Todos os anos é realizado um evento em comemoração a data, quando são debatidos temas de notoriedade para as comerciárias ou esposas dos comerciários. Neste ano, o tema escolhido foi a “Violência contra mulher”.
A diretora da Mulher do Sindcomerciários, Daniella Ribeiro, explica que percebeu a necessidade de discutir sobre o tema, diante do crescente número de agressões e violências contra as mulheres na Pandemia. Assim, teve a ideia de convidar as outras diretoras mulheres para falarem sobre o assunto e gravarem um vídeo motivacional a ser repassado para as comerciárias e mulheres em geral, a fim de incentivá-las a perderem o medo de denunciar. Participaram do evento as diretoras, Maria Ilka, Eva Aparecida e Kelly Cristina. Também foi convidada para participar da discussão, a comerciária Lisa Sena, que sofreu violência contra seu esposo e rejeição da sua família e colegas de trabalho quando ficou gravida.
“Por não ter sido uma gravidez planejada, meu marido colocou a culpa em mim e disse que não queria saber do filho, me rejeitou e me deixou passar necessidades na gravidez. No serviço, diante das dificuldades da pandemia, as pessoas começaram a me tratar e me fazer sentir culpada pela situação difícil que eu já estava. Quando eu cheguei ao sindicato estava desesperada, o único apoio que recebi foi aqui. O projeto Vovó do Coração que é idealizado pela diretora Ilca Vieira, e atende as gestantes, me ofereceu toda assistência necessária. No sindicato encontrei palavras de conforto, tinha amigos, encontrei uma verdadeira família, se hoje estou bem e com meu filho, foi graças ao sindicato que não me fez desistir. Fico muito feliz de saber que o tema está sendo discutido, não merecemos passar por isso, e eu tenho certeza que o sindicato pode ajudar muitas mulheres a se libertarem” – explica Lisa Sena.
A diretora da Mulher, Daniella Ribeiro, concluiu o momento demostrando apoio a todas as comerciárias. “Os números das pesquisas são impactantes, o crescimento de vítimas de feminicídio assusta. Mulheres sofrem violência física, sexual, psicológica, patrimonial e moral todos os dias, e a maioria delas são agredidas pelos seus próprios companheiros. Temos que aproveitar datas, como o dia da mulher para deixar claro que esse tipo de violência não é aceitável, e que quando o agressor não percebe isso a única saída é meter a colher sim. Estamos aqui para apoiar e encorajar as mulheres a denunciar e falar já chega. Não tenha medo, estamos com você”, concluiu Daniella.
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